AGRICULTURA: Milho, Feijão ou Trigo?

AGRICULTURA: Milho, Feijão ou Trigo?

Imagem / Ilustrativa.

Milho, feijão ou trigo? Essa é uma questão que permeia entre o planejamento estratégico de muitos agricultores do sul do país. Isso porque a forte estiagem que atinge a região fez com que a cultura da soja, predominante em todo esse território, tivesse seu ciclo adiantando, favorecendo colheitas antecipadas.

A colheita antecipada dessa cultura favorece, e muito, o cultivo do milho de segunda safra, ou milho safrinha. Isso porque a semeadura antecipada dessa cultura favorece para o aumento da produtividade já que as plantas encontram nesse período dias mais longos e com maior insolação. No entanto, apesar da soja já ter liberado o espaço de muitas lavouras a forte estiagem predominante intimida alguns agricultores que temem por perdas logo após o plantio do milho devido à baixa umidade no solo e consequentemente germinação irregular. 

Além disso, previsões de chuvas abaixo da média durante os meses de fevereiro e março em toda a região sul do país faz com que o receio aumente ainda mais. Isso porque, mesmo com o reestabelecimento da umidade do solo e a emergência da cultura, uma deficiência hídrica durante os meses de fevereiro e março poderia comprometer o desempenho da lavoura, já que a cultura, nesse caso, necessitaria de boas condições de umidade no solo pelo menos até final de abril.

Analisando esse cenário, muitos agricultores que estimam realizar a colheita da soja ainda no mês de janeiro, pretendem apostar na cultura do feijão como cultura subsequente. Isso porque essa cultura, além de apresentar um ciclo médio menor que a cultura do milho, demanda de menor acumulo pluviométrico durante o ciclo para manter boas produtividades.

Além disso, muitas vezes a aposta pelo feijão como cultura subsequente a soja, permitiria o plantio do trigo em sequência, o que traria maior acumulo de receita durante o ano já que se estaria realizando três safras em um período de aproximadamente doze meses. Apesar dessa possibilidade, os investimentos seriam elevados, e os riscos, como em toda atividade agrícola, seriam altos e, neste caso agravados, pois as condições climáticas deveriam se manter favoráveis à atividade durante um período de pelo menos 9 meses.

Outra possibilidade vista por muitos agricultores que estão prevendo a colheita antecipada da soja seria o aguardo até o mês de abril e maio para realizar a semeadura da cultura do trigo. Esta é uma opção de menor risco já que se estaria trabalhando com uma janela para semeadura bastante ampla, a qual daria oportunidade para escolher o melhor momento para realizar a semeadura e garantir pelo menos a implantação da lavoura em uma condição excepcional.

Apesar de todas essas opções, todas elas se apresentam, de certa forma, excelentes. Isso porque a liquidez dos grãos produzidos é alta e os valores pagos por estes, em ambas as culturas, se mantém valorizados podendo gerar boa rentabilidade para qualquer uma das escolhas. Neste caso, o que se deve fazer é analisar todos os pontos referentes ao capital de giro da propriedade, infraestrutura disponível e também analisar o mercado para se estar a par da disponibilidade de insumos, pois, nos últimos meses, vimos predominar a escassez e falta de muitos produtos essenciais para condução das lavouras no comércio em geral.

No entanto, apesar das escolhas serem difíceis de serem tomadas, em uma situação como a que estamos passando, a dica é não olhar somente para a questão financeira e rentabilidade a curto prazo. É claro que isso é muito importante, mas talvez esse seja o momento de analisarmos o contexto no geral e focar na visão de longo prazo, tentando observar a possibilidade de realizar um bom manejo de solo e até mesmo uma boa rotação de cultura.

Por isso, muitas vezes o acompanhamento da atividade agrícola por profissionais habilitados e com experiência de campo pode fazer toda a diferença na tomada de decisão, valorizando os recursos que se tem em mãos e otimizando a atividade no meio rural.

Por Danimar Dalla Rosa / Colunista RRMAIS 

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Edson da Cunha

Edson da Cunha

Bacharel em Direito pela UNIVEL - Universidade de Cascavel, radialista comunicador e apresentador na emissora de Rádio Viola 98,1FM de Guaraniaçu.