AGRICULTURA: Ponto de maturidade, dessecação e colheita da cultura da soja

AGRICULTURA: Ponto de maturidade, dessecação e colheita da cultura da soja

Imagem / Danimar Dalla Rosa.

A estiagem ocorrida durante a fase reprodutiva da cultura da soja durante o último ciclo de cultivo favoreceu para a desuniformidade no processo de maturação das plantas. Isso porque, dentro de um mesmo talhão, existem gradientes de fertilidade e consequentemente nas regiões de solo mais pobre as plantas tendem a perder resistência mais facilmente e acabam encerrando o ciclo antes daquelas que cresceram em condições de fertilidade um pouco melhor.

Para agravar um pouco mais a situação a respeito da desuniformidade das lavouras, as chuvas ocorridas durante a última semana fizeram com que as plantas que ainda resistiam ao stress que vinham passando retomassem as atividades envolvendo os processos fisiológicos, buscando emitir novos trifólios ou mesmo transportando fotoassimilados para os grãos.

Todo esse cenário implica na ocorrência de uma disparidade muito grande no processo de maturação das vagens, fazendo com que na mesma lavoura possam ser identificadas vagens verdes, ainda em estádios fenológicos menos avançados e plantas aptas para a colheita. Quando se observa tal situação, é inevitável o uso de produtos químicos, considerados dessecantes ou maturadores na busca de uniformização da lavoura para que assim possa ser realizada a colheita.

No entanto, para tomada de decisão, em se tratando do momento ideal para a aplicação desses produtos, é necessário identificar se a lavoura como um todo se encontra na fase ideal para aplicação e essa fase diz respeito ao processo de maturação das plantas. Dentro desse processo deve ser identificado o ponto de maturidade fisiológica dos legumes o qual é caracterizado pelo momento em que os grãos atingem o maior acúmulo de matéria seca, obviamente entende-se que, a partir desse momento, o único processo que irá ocorrer é a perda de umidade dos grãos para o ambiente.

Para a cultura da soja, esse ponto é caracterizado, na prática, quando as plantas apresentam vagens com coloração amarelada, as quais, quando abertas, liberam facilmente os grãos. Na teoria, esse ponto é caracterizado quando as plantas atingem o estádio R7 na escala fenológica definida por Fehr e Caviness em 1977 e adapatado por Ritchie et al. no mesmo ano.

Dessa forma, uma análise minunciosa, por profissionais com experiência de campo percorrendo todo o talhão e buscando estimar o percentual de vagens que atingiram o ponto de maturidade é essencial para que não ocorram perdas devido a dessecação precoce. Neste caso, adota-se como parâmetro ideal o momento quando se estima que pelo menos 75% das vagens se encontram maduras.

A partir desse momento, recomenda-se a aplicação de dessecantes ou maturadores. No entanto, nos últimos meses, a escasses de produtos no mercado e a proibição de comercialização de uma das moléculas mais utilizadas para essa finalidade, o paraquat, fez com que os produtores encontrassem dificuldades para realizar esse manejo em suas lavouras.

Além do paraquat, outras moléculas como o diquat e glufosinato de amônia têm sido utlizadas para uniformização das lavouras, no entanto, a falta ou escasses desses produtos fez com que outras moléculas como flumioxazina e saflufenacil tenham ganhado registro perante o Ministério da Agricultura para tal finalidade.

No entanto, independentemente do produto a ser utilizado, a tomada de decisão para o uso de dessecantes na cultura da soja deve ser cautelosa e, sempre que possível, acompanhada por profissionais que tenham experiência, até porque, cada produto apresenta sua peculiaridade, evitando assim posicionamentos errados e possíveis perdas de produtividade.

Por Danimar Dalla Rosa Colunista RRMAIS

 

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Edson da Cunha

Edson da Cunha

Bacharel em Direito pela UNIVEL - Universidade de Cascavel, radialista comunicador e apresentador na emissora de Rádio Viola 98,1FM de Guaraniaçu.