AGRICULTURA: Qualidade de colheita da soja no Pós Estiagem

AGRICULTURA: Qualidade de colheita da soja no Pós Estiagem

Imagem / Danimar Dalla Rosa.

Nas últimas semanas viemos escrevendo sobre a forte estiagem que assola a região sul do país. Os noticiários também relatam os danos consequentes do efeito climático. Agricultores lamentam as perdas de produtividade ocasionada pela falta de chuva. A realidade é que, o impacto na produtividade na cultura da soja, decorrente da falta de chuvas é um fato, e as perdas não param por aí.

Com a falta de água, muitas plantas acabaram senescendo antes do período ideal e não cumpriram o prazo para a formação ideal dos grãos. Além disso, dentro de um mesmo talhão são observados gradientes de maturação muitas vezes por consequência de manchas de fertilidade ou várzeas que armazenam água por maior período de tempo, ocasionando uma enorme disparidade no amadurecimento das vagens.

Todos esses fatores implicam, além de reduções significativas na produtividade dos grãos, também em reduções consideráveis na qualidade dos mesmos. Isso porque, com a má formação das vagens, os grãos oriundos apresentam coloração esverdeada, baixo teor de óleo e proteína os quais são elementos fundamentais para a elaboração de ração para consumo animal, por exemplo.

Além disso, as lavouras que vem sendo colhidas originam grãos com teores de umidade abaixo de 10 pontos, grãos com teores de umidade acima de 20 pontos e também vagens verdes cujos grãos ainda não completaram o pleno desenvolvimento. Levando em consideração que tudo isso é colhido de uma única vez, tudo é misturado e levado até a unidade de recebimento.

Na unidade de recebimento o desafio se torna enorme quando se trata da classificação dos grãos. Isso porque, muitas vezes, os descontos são bastante significativos contribuindo ainda mais para a redução na produtividade devido ser considerado, momento do beneficiamento, apenas grãos íntegros e ideais para processamento industrial.

A disparidade na maturação em consequência da estiagem é um desafio ainda maior para aqueles que produzem sementes. Isso porque, grãos mal formados e esverdeados tendem a produzir sementes com baixa qualidade fisiológica, ou seja, baixos índices de vigor e reduzidos percentuais de germinação, colocando em risco também a boa formação do próximo ciclo de cultivo.

Muitas vezes, o efeito da disparidade na maturação da lavoura pode ser amenizado através do uso de maturadores ou dessecantes, os quais são aplicados com o objetivo de uniformizar a maturação da lavoura e possibilitar a colheita com o máximo de qualidade possível. No entanto, o acompanhamento da lavoura por técnicos especializados e com experiência de campo é fundamental para que não ocorram postecipações ou antecipações na aplicação desses produtos, podendo ocasionar perdas qualitativas e quantitativas ainda maiores das já observadas.

Por Danimar Dalla Rosa – Colunista RRMAIS

 

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Edson da Cunha

Edson da Cunha

Bacharel em Direito pela UNIVEL - Universidade de Cascavel, radialista comunicador e apresentador na emissora de Rádio Viola 98,1FM de Guaraniaçu.