AGRO: Desarranjos pluviométricos contribuem para perdas em lavouras no País

AGRO: Desarranjos pluviométricos contribuem para perdas em lavouras no País

Imagem / Danimar Dalla Rosa.

A agricultura é uma das atividades de maior importância econômica no Brasil. Nela pequenos, médios e grandes agricultores encontram o sustento para suas famílias produzindo grãos, frutas, verduras e legumes e contribuem para o desenvolvimento econômico dos municípios onde estão inseridos. No entanto, toda a produção é extremamente dependente de condições climáticas específicas para se obter o resultado desejado.

Essas condições climáticas referem-se basicamente a faixas de temperatura e umidade relativa do ar adequadas e, principalmente, regime pluviométrico regular ao longo do ciclo de desenvolvimento da cultura. Qualquer um desses fatores em demasia, ou o seu déficit, acaba interferindo negativamente no desenvolvimento das plantas.

Nesse contexto, basicamente nos últimos 40 dias, agricultores dos estados do RS, SC, PR, SP e MS viram as suas lavouras serem drasticamente castigadas pela baixa umidade relativa do ar, altas temperaturas e redução ou falta de precipitações pluviométricas significativas para suprir a demanda hídrica das plantas. A ocorrência simultânea desses fatores está contribuindo para perdas em lavouras, principalmente de soja e milho, que podem chegar a 100%.

O cenário observado na região sul do país é desolador. Agricultores veem as plantas murcharem e secarem, devido a períodos do dia onde a umidade relativa do ar chega a menos de 20%, onde o ideal seria pelo menos 60 e temperaturas ultrapassando 40ºC. Isso contribui para a elevação da transpiração das plantas as quais murcham, secam e acabam morrendo sem possibilidade de recuperação e, consequentemente, todo o investimento e trabalho realizado é perdido.

Em contraste ao cenário observado na região sul, na região norte e principalmente na região nordeste do país, muitos agricultores lamentam as perdas causadas pelo excesso de chuva que contribuem com as perdas de lavouras que estão prontas para serem colhidas. Além disso, o encharcamento de muitas lavouras e os danos causados nas estradas pelo excesso de chuva dificultam a colheita e o escoamento da produção.

Todo esse contraste observado ao longo das últimas semanas pode ser explicado pela ocorrência de um fenômeno climático chamado “La Niña” que nos últimos meses vem atuando de forma intensa e causando os desarranjos observados. Esse fenômeno ocorre quando a temperatura da água da superfície na região do Oceano Pacífico Equatorial passa por um resfriamento (quando comparada a média histórica) resultando em interações entre a atmosfera e o oceano e resultando em menor formação de nuvens de chuva na região sul do país, enquanto que na região norte e nordeste ocorre o inverso.

Assim como o “La Niña” o “El Niño” é um fenômeno climático que pode ocorrer causando desarranjos ao oposto, bem como, anos de neutralidade podem ser observados ao longo da história. Esses fenômenos são eventos de ocorrência natural e a agricultura está à mercê a todos eles.

Atualmente, graças a estudos realizados por meteorologistas do mundo todo e auxilio de equipamentos cada vez mais sofisticados é possível prever a ocorrência desses fenômenos com certa antecedência e maior precisão. Isso contribui para que muitos agricultores consigam planejar melhor as ações no campo, tentando fugir das consequências climáticas, permitindo assim redução das perdas.

Por Danimar Dalla Rosa – Colunista RRMAIS.

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Edson da Cunha

Edson da Cunha

Bacharel em Direito pela UNIVEL - Universidade de Cascavel, radialista comunicador e apresentador na emissora de Rádio Viola 98,1FM de Guaraniaçu.