ESTIAGEM: Reflexo das perdas na produção agropecuária nos centros urbanos

ESTIAGEM: Reflexo das perdas na produção agropecuária nos centros urbanos

Imagem / Danimar Dalla Rosa.

Durante a última semana iniciou a colheita das primeiras áreas cultivadas com soja nos estados do Mato Grosso do Sul e em algumas regiões do estado do Paraná. O cenário que se apresentava bastante crítico em toda a região sul do país, em função da falta de chuva por período prolongado, agora apresenta os resultados reais do impacto da estiagem. Os agricultores que ainda mantinham alguma expectativa positiva em relação a colheita hoje encontram-se frustrados pelas baixas produtividades.

Infelizmente essa é a realidade da grande maioria das lavouras recém colhidas nesses estados, onde, existem relatos de perdas chegando a 100%. Essa redução na produtividade, hoje preocupa muitos agricultores, pois, muitos destes não acumularão receitas o suficiente para arcar com os investimentos básicos referentes aos insumos utilizados na lavoura. Além disso, temos que considerar que a área atingida é bastante significativa, projetando reduções consideráveis na produção de grãos do país.

Além disso, temos que considerar que a forte estiagem que castiga os sojicultores, também afeta os produtores de milho, feijão, arroz, frutíferas, carne, leite, ovos, e todos aqueles que de uma forma ou de outra trabalham diretamente com a atividade agropecuária; apesar de que, toda essa quebra na produção, não seja noticiada de forma explicita.

Levando em consideração todo esse cenário e o fato de que boa parte da produção agropecuária brasileira é responsável por abastecer os grandes centros urbanos, a redução na produção de matérias primas para a produção de alimentos acarretará em aumentos significativos no valor dos mesmos na prateleira dos supermercados. Exemplos como este foram acompanhados a alguns meses quando vimos o óleo de soja e o arroz dobrar ou triplicar de preço.

O pior de tudo isso é que muitas pessoas não entendem o porquê desse fenômeno e muitas vezes criticam o governo pelas decisões tomadas ou condenam o agropecuarista por praticar certas atividades que julgam ser nocivas ao meio ambiente, ou então, exigem meios mais “sustentáveis” de produção. É claro que devemos nos preocupar com produções cada vez mais sustentáveis, mas existem certos argumentos que chegam a ser bizarros e muitas vezes defendidos por pessoas que nunca colocaram o pé na lama para ter noção da dificuldade enfrentada por aqueles que lutam no campo, todo dia, para produzir o alimento que chega até a prateleira dos supermercados nas grandes cidades.

A um tempo atrás, um pouco desmotivado com os rendimentos devido também a estiagem que castigava a atividade agropecuária que desenvolvia meu pai fez uma colocação apontando a preocupação de que no futuro as pessoas teriam em mãos o poder aquisitivo, mas que no mercado faltariam alimentos para adquirir. Talvez não chegaremos a esse ponto, em um futuro próximo, mas com certeza a lei da oferta e da demanda se encarregará de elevar o preço dos alimentos na prateleira dos supermercados, restringindo a sua aquisição.

Não quero ser dramático ou pessimista, talvez aqui esteja sendo relatado um dos extremos, mas pensando nessa situação, aqueles que vivem no meio rural, apesar do aumento nos custos de produção, tratarão de produzir para sua subsistência, gerando condições para manter a família até a regularização do cenário vivido, enquanto que muitas pessoas em grandes centros urbanos terão que lidar com a escassez de alimentos. Talvez um cenário como este conscientize muitos sobre a importância de valorizar mais e criticar menos aqueles que vivem no campo e buscam na atividade agropecuária o sustento econômico.

Por Danimar Dalla Rosa – Colunista RRMAIS

 

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Edson da Cunha

Edson da Cunha

Bacharel em Direito pela UNIVEL - Universidade de Cascavel, radialista comunicador e apresentador na emissora de Rádio Viola 98,1FM de Guaraniaçu.