Imagem: Peter Garrard Beck
O Paraná foi o 6º estado brasileiro a decretar Emergência Zoossanitária, em junho de 2023. Até o momento, são treze casos de gripe aviária confirmados em aves silvestres, isto é, não comerciais.
“Em todos os estados que têm litoral, Oceano Atlântico e passagem de aves migratórias, era esperado que houvesse algum tipo de introdução da doença. A gente está com uma baixa circulação viral e sabe que é uma coisa que veio, muito provavelmente, para ficar. Então, estamos em monitoramento e vigilância permanentes e vamos tentar conter o vírus no litoral, em aves silvestres, para que não haja grandes consequências na avicultura paranaense”, comenta o gerente de saúde animal da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar).
Os protocolos sanitários começam desde os portões das propriedades: acesso controlado, desinfecção de equipamentos, roupas e calçados. Atividades que se tornaram rotina nas granjas pelo estado.
O granjeiro Ederson Luis da Rosa, em Iguatu, na região oeste do estado, cuida de duas granjas com oitenta mil frangos. No último ano, ele viu o setor da avicultura redobrando os cuidados por conta da gripe aviária.
“Está sendo bastante discutido. A empresa está fazendo bastantes palestras para colocar na cabeça do produtor que é essencial esse protocolo, porque você não afeta só você, é uma cadeia inteira”, comenta.
Enquanto o decreto estiver em vigor no país, a agência proibiu a exposição de qualquer tipo de ave em eventos agropecuários. E esse controle da influenza aviária deve ser discutido na maior feira do agro do Paraná, o Show Rural, que será realizado entre os dias 5 e 9 de fevereiro em Cascavel.
O tema foi definido pela Adapar e pelo Ministério da Agricultura. Durante o evento, o espaço tecnológico recebera produtores que poderão conversar com profissionais da área e tirar dúvidas sobre a doença.
“Os produtores, as pessoas que vierem ao evento poderão ver quais são os pontos de atenção necessários na propriedade para proteger contra a entrada dessa enfermidade. E eles terão uma novidade bastante interessante: um mapa de densidade da avicultura. Os produtores poderão inclusive localizar sua propriedade e ver como é a densidade de aves ao redor”, conta o gerente da área de fomento de avicultura, Eduardo Leffer.
A preocupação é grande, principalmente pela importância do Paraná na produção nacional de aves comerciais.
“O Paraná é o maior produtor e também exportador de carne de frango. Nossa carne está presente em mais de 150 países. Obviamente, o aparecimento da doença na avicultura comercial vai fazer com que tenham alguns bloqueios pontuais para essas exportações e esse frango que está sendo produzido, indo tudo para mercado interno vai colapsar o sistema, a gente vai ter um problema socioeconômico muito grande”, comenta Rafael.
Apesar da preocupação, o Brasil tem 151 casos da doença apenas em aves silvestres e, por isso, mantém o status “livre de gripe aviária em aves comerciais”.
A coordenadora de assuntos estratégicos do Departamento de Saúde Animal do Ministério da Agricultura e Pecuária, Anderlise Borsoi ressalta:
“Não tem problema consumir carne de aves e ovos, porque a influenza aviária não está na avicultura comercial. Ela está rodando nas aves silvestres – o que é comum e há muitos anos acontece em diferentes partes do mundo. Em animais doentes ou mortos não se deve tocar. Deve-se chamar o serviço veterinário oficial. A população está segura quanto ao consumo, a não transmissão entre humanos - não temos nenhum caso em humanos no Brasil. Então a doença ela está sendo controlada dentro das suas espécies-alvo.”
VIA/ G1
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