Estamos em pleno outono, a estação do ano que antecede a chegada do inverno. Segundo as previsões divulgadas pelos órgãos responsáveis pelo monitoramento climático, já vinham alertando para a mudança no clima e que a estação prometia ser com baixo volume de chuvas e de temperatura mais amenas.
Por que isso está acontecendo?
Segundo o boletim emitido pelo Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná - SIMEPAR, a resposta para esse fenômeno é que devido as massas de ar de ar frio e seco, com origem na Antártica e/ou sul da América do Sul avançam em direção ao Paraná, ocasionando a diminuição das temperaturas e a períodos mais frios. Também alertam para a formação de geadas nas Regiões Sudoeste, Sul, Centro Sul. Consequentemente a ocorrência de noites e manhãs frias, podendo ocorrer a formação de nevoeiros e veranicos que também fazem parte da climatologia do Paraná.
Outro fator que tem grande influência nesta questão é o fenômeno La Niña, que atua nas águas do oceano Pacífico Equatorial, o fenômeno vem perdendo forças nesses últimos 6 meses, mas mesmo assim influenciará neste inverno de 2021. A previsão para o outono deste ano nas regiões oeste do paraná é de um volume de chuva cada vez menor, os principais eventos de chuva serão associados à passagem de frentes frias.
Até o momento 90 % da área estimada de 2,4 milhões de hectares para o plantio do milho safrinha já estão semeados, segundo o Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento (Seab), mas o avanço do cereal também depende das condições climáticas.
Essa situação climática pode ser mais propícia a cultura do trigo, que tolera facilmente veranicos e também quedas bruscas de temperatura. O milho safrinha, que já sofreu atraso no plantio em decorrência da estiagem prolongada, pode ser mais vulnerável às variações de temperatura e clima.
O engenheiro agrônomo Danimar Dalla Rosa explica que muitos agricultores estão preocupados com esse clima seco que paira sobre nossa região, em Guaraniaçu algumas lavouras de feijão e milho, já em solo, sentiram essa falta de chuva, “para o milho o grande problema é que a estiagem está afetando principalmente a polinização, ocasionando a formação de espigas com falhas e poucos grãos” disse o agrônomo.
Outra preocupação com a falta de umidade é com aqueles agricultores que optaram por não fazer o manejo de erva daninha, e agora sentem uma dificuldade em fazer a aplicação do herbicida, pois as aplicações feitas nesse momento acabam sento pouco eficientes e não tem um controle muito satisfatório.
Por causa desse clima seco as ervas daninhas não tem uma absorção significativa, consequentemente o produto utilizado não consegue agir da forma adequada, outro problema enfrentado é que as ervas daninhas nesse período, sem o controle de sua proliferação alcançam raízes cada vez mais profundas, se tornando mais rusticas e adultas, dificultando esse controle. “Uma saída para tentar minimizar o problema e atingir níveis satisfatórios de controle seria procurar fazer as aplicações pela parte da manhã, quando a umidade do ar está um pouco mais elevada, além do aumento da dose recomendada do herbicida juntamente com adjuvantes de alta performance, prática comum adotada por alguns agricultores, buscando alcançar níveis satisfatórios de controle dessas plantas daninha, por outro lado isso eleva o custo da produção” relatou Danimar.