VINHO: Merecido ou necessário

VINHO: Merecido ou necessário

Imagem / Ilustrativa.

Em uma certa ocasião durante um almoço, um amigo a que tenho muito respeito, não só pela sua idade e trajetória, mas, e por que afinal essa coluna trata-se sobre vinho, pela sua “litragem” (usamos essa expressão para quem já bebeu muito e variadamente). Durante uma discussão a respeito dos preços x qualidade de vinhos, ele calmamente sentenciou: vinho bom é um vinho caro! Se você pagou caro em uma garrafa é porque o vinho é bom.

Realmente, quando estamos falando sobre qualidade nos processos de fabricação, a excelência tem um preço e ele não é barato. Desde a quantidade limitada de uva produzido em uma planta, para que essa concentre em alguns poucos cachos todas suas melhores características, até o tempo em que o produtor leva para efetivamente disponibilizar esse vinho para o mercado, o que pode levar vários anos. Sem contar que alguns vinhos só serão produzidos em safras extraordinárias o que na prática significa que em determinados anos simplesmente eles deixarão de serem feitos. Tudo na cadeia de produção pode elevar o preço exponencialmente. Resumindo, como consumidores finais receberemos um produto topo de linha, mas pagaremos (e muito bem) por isso.

Mas existe um outro fator importantíssimo no que tange uma experiência satisfatória com um vinho. E esse fator é muito subjetivo. Com o tempo aprendi a dar valor a sua influência, até o ponto de que escolho o vinho a abrir me baseando mais nesse fator do que em qualquer outro aspecto. Esse elemento a que me refiro é, o seu ou o meu “Estado de Espirito”.

Napoleão dizia sobre o champanhe: “Na vitória, merecido. Na derrota, necessário”. Mas entre a vitória e a derrota existe um abismo de distância, e posso lhe garantir que você pode beber o mesmo vinho nas duas ocasiões, mas ele terá um gosto diferente em cada uma delas.

Como sei que não bebemos vinho apenas nesses dois cenários, aprendi a observar todo um espetro de variação emocional enquanto sorvo um copo de vinho. Feliz, apreensivo, angustiado, eufórico. Tudo isto, assim como: taninos, corpo, acidez, aromas.... lhe trarão a sua particular conclusão e impressões a respeito de um vinho. Está claro, é uma opinião particular que compartilho com vocês. 

Também aprendi que não se deve desperdiçar a oportunidade de provar um bom vinho, as vezes não teremos essa chance novamente. Da mesma forma, acredito no potencial e capacidade de um vinho em mudar o humor ou temperamento em um determinado momento. Mas essa é uma exceção e não a regra.

Portanto, se você estiver diante de uma carta de vinhos, na dúvida entre um Super Toscano ou um Chianti bem genérico, avalie, antes de tudo, onde e em que momento você está, com quem você compartilhará o vinho, e principalmente como você está se sentindo naquele momento. Lhe asseguro que o preço de cada um na carta é uma avaliação secundária.             

Forte abraço e ótimos vinhos!!!                                                                 

Por / Fernando Pandini / Colunista RRMAIS

 

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