Imagem: Reprodução/TV Globo
O Sul do Brasil é, de fato, a região com maior chance de ser atingida por tornados no país. Essa característica geográfica e climática está ligada a um conjunto de fatores que criam o que os meteorologistas chamam de “Corredor de Tempestades da América do Sul” — considerado o segundo mais ativo do planeta, atrás apenas do famoso "Tornado Alley" nos Estados Unidos.
A Localização Estratégica: O Corredor de Tempestades
A principal razão para a alta incidência é a localização geográfica da região Sul, que funciona como uma zona de choque de massas de ar com características totalmente opostas:
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Ar Quente e Úmido do Norte: Correntes de ar quente e com alta umidade vêm da Amazônia e da região tropical do Brasil. Esse ar fornece o "combustível" necessário para a formação de grandes nuvens de tempestade.
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Ar Frio e Seco do Sul: Massas de ar polar, frias e densas, avançam do sul do continente (Patagônia e Antártica).
O Choque de Gigantes
O encontro dessas massas de ar de diferentes densidades (fria e quente) e umidade gera uma instabilidade atmosférica extrema.
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Quando o ar quente e úmido é forçado a subir rapidamente sobre a massa de ar frio, ocorre a formação de gigantescas nuvens de tempestade chamadas Supercélulas.
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Dentro dessas Supercélulas, a intensificação e a mudança na direção e velocidade dos ventos com a altura (cisalhamento do vento) geram um movimento de rotação (vórtice) na horizontal.
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Esse movimento, ao ser levantado verticalmente pelo forte fluxo de ar ascendente (corrente de ar quente subindo), dá origem ao funil do tornado, tocando o solo e causando grande devastação.
Climatologia e Frequência
Embora tornados sejam mais associados aos Estados Unidos, eles fazem parte da climatologia do Sul do Brasil. Os eventos são mais comuns nos períodos de transição de estação, como entre o fim do inverno e o início da primavera, e entre o fim da primavera e o verão, épocas em que o contraste de temperatura entre as massas de ar é mais acentuado.
Estudos e registros históricos demonstram que áreas como o Oeste de Santa Catarina, o Sudoeste do Paraná e o Noroeste do Rio Grande do Sul estão nas rotas mais propensas a esses fenômenos severos.
Via: G1/Fantástico
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