Imagem: Marcello Casal Jr
O cenário financeiro das famílias brasileiras acendeu um novo alerta. Segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a proporção de famílias com dívidas subiu para 79,5% em outubro, marcando o maior patamar desde o início da série histórica em 2010.
Os dados são da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) e indicam que, pelo terceiro mês consecutivo, os brasileiros estão mais endividados. Além disso, a fatia de famílias inadimplentes se manteve no ápice histórico de 30,5%, nível já registrado em setembro.
O quadro se agrava com um recorde de 13,2% das famílias afirmando que não terão condições de quitar suas dívidas em atraso, sinalizando que permanecerão inadimplentes.
Para a CNC, essa escalada no endividamento e na inadimplência sugere um impacto negativo nas vendas do comércio para as datas importantes, como a Black Friday e o Natal.
O presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros, destacou que o aumento simultâneo no endividamento, na inadimplência e na percepção de insuficiência financeira é um "alerta para a necessidade de ajustes, principalmente na área fiscal".
A pesquisa considera como dívidas: cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, crédito consignado, empréstimo pessoal, cheque pré-datado e prestações de carro e casa.
Outros dados preocupantes incluem:
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A proporção de famílias com contas em atraso por mais de 90 dias avançou para 49,0% em outubro, o maior nível desde dezembro de 2024.
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O percentual de famílias comprometidas com dívidas por mais de um ano subiu para 32,0%.
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A fatia de consumidores que têm mais da metade dos rendimentos comprometidos com dívidas aumentou para 19,1%.
O economista-chefe da CNC, Fabio Bentes, ressaltou que "nem mesmo o bom momento do mercado de trabalho tem sido suficiente para conter o avanço na inadimplência, tamanho o patamar atual dos juros". Ele ainda pontua que o comércio já sente a desaceleração das vendas, forçando as famílias a fazerem ajustes em seus orçamentos.
A CNC projeta que o endividamento total deve aumentar 3,3 pontos percentuais até o final de 2025, em comparação com o encerramento de 2024.
Via: CNN Brasil
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