Imagem: Raphael Ribeiro/Banco Central.
A reunião do Comitê de Política Monetária (Copom, do Banco Central), que vai atualizar a taxa básica de juros da economia brasileira (a Selic), começa hoje em Brasília com a análise da conjunta econômica.
O que aconteceu
Oito diretores e o presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, se reúnem por dois dias a portas fechadas. A reunião, que acontece a cada 45 dias, tem a missão de definir a taxa básica de juros, responsável por conter a inflação e a referência para a maioria das operações de crédito no Brasil, como financiamentos e investimentos em renda fixa, pós-fixada e híbrida.
O primeiro dia da reunião, que começa hoje, vai analisar a conjuntura econômica. Os chefes dos diversos departamentos do BC vão apresentar os atuais indicadores da economia, como atividade econômica, inflação, contas públicas, variação do dólar frente ao real e humores da economia internacional.
Os técnicos utilizam essas informações para projetar o futuro da economia. A intenção é criar um panorama que embase a nova taxa de juros, decidida no segundo dia de reunião e divulgada após o fechamento da Bolsa de Valores e do mercado de câmbio.
A decisão é divulgada em comunicado oficial na internet. Em até quatro dias úteis após o encontro, o Copom publica as atas da reunião, que são os documentos informando o que foi discutido nos dois dias.
Maior Selic desde 2006?
O Copom deve aumentar a Selic em 0,5 ponto percentual. A taxa básica de juros saltará dos atuais 14,25% ao ano para 14,75%, o maior patamar desde agosto de 2006, segundo o último relatório do BC com as previsões econômicas de instituições financeiras e economistas —o Boletim Focus.
Confirmada, será a sexta alta seguida da Selic. Por outro lado, a elevação será mais branda. O meio ponto percentual de aumento será menor do que as elevações das últimos três reuniões, de 1 ponto percentual cada.
O boletim aposta na manutenção dos juros em 14,75% até o fim do ano. Espera-se pelo menos mais uma elevação da taxa, em junho, quando um ciclo de cortes pode começar. Na última ata, o Copom condicionou novos aumentos da Selic à meta inflacionária:
A magnitude total do ciclo de aperto monetário será ditada pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta.
Ata da 268ª reunião do Copom
A previsão para a Selic nos próximos anos não muda. Os analistas mantiveram as expectativas de 12,5% ao ano no final de 2026. Para 2027 e 2028, as taxas seriam de 10,5% e 10% ao ano, respectivamente.
Inflação acima da meta
Arquivo - Galípolo fala no Senado sobre política monetária e alerta para riscos de inflação
Arquivo - Galípolo fala no Senado sobre política monetária e alerta para riscos de inflação Imagem: Foto: Raphael Ribeiro/Banco Central
A Selic é a principal forma de conter a inflação. A elevação dos juros torna mais cara a tomada de empréstimo, inibindo o consumo e, consequentemente, a inflação. Por outro lado, seguidas altas podem enfraquecer o ritmo da economia, diminuindo a produção e aumentando o desemprego.
A meta é de 3% de inflação em 2025. Com permissão para oscilar 1,5 ponto percentual para mais ou menos, o objetivo será cumprido se o IPCA terminar o ano entre 1,5% e 4,5%.
Em abril, a inflação é estimada em 0,43%. Se confirmado, significará que a inflação perdeu fôlego na comparação com março (0,56%). Nos 12 meses finalizados no mês passado, o IPCA aumentou 5,48%.
O mercado aposta em inflação em 5,53% no final do ano. Na semana passada, essa projeção era de 5,55%; há quatro semanas, era de 5,65%.
Se o teto da meta for ultrapassado em junho, o BC terá de se justificar. A lei exige uma satisfação do BC quando a inflação acumulada em 12 meses fica acima de 4,5% por seis meses consecutivos.
Via / Uol.com.br
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