Imagem: REUTERS/Valentyn Ogirenko
Um plano de paz detalhado para pôr fim à guerra na Ucrânia, articulado por autoridades dos Estados Unidos e que conta com o apoio do presidente Donald Trump, inclui como condição central a cessão de territórios ucranianos ocupados à Rússia. O rascunho do acordo, que circula entre Kiev e Moscou, prevê o reconhecimento das regiões de Donetsk e Luhansk como russas, além da península da Crimeia, anexada em 2014. A proposta de 28 pontos é vista por críticos como equivalente a uma "capitulação" por parte da Ucrânia, que já recebeu o documento e prometeu analisá-lo com "honestidade".
Concessões e Garantias de Segurança
O documento, cujo esboço foi obtido pela agência AFP, estabelece uma série de medidas drásticas que visam encerrar o conflito, incluindo exigências há muito feitas pelo Kremlin:
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Cessão Territorial: As regiões de Donetsk e Luhansk, no leste da Ucrânia, seriam reconhecidas de facto como russas, inclusive pelos Estados Unidos. A Crimeia, controlada pela Rússia desde 2014, também manteria esse status.
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Limitação Militar: O tamanho das Forças Armadas ucranianas seria limitado a 600 mil homens e a Ucrânia deveria renunciar ao armamento de longo alcance.
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Neutralidade da OTAN: A Ucrânia aceitaria consagrar em sua Constituição que não se juntará à OTAN, e a aliança militar ocidental, por sua vez, se comprometeria a não aceitar o país no futuro e a não posicionar tropas em território ucraniano.
Em contrapartida, a Ucrânia receberia garantias de segurança robustas dos Estados Unidos e de aliados. O acordo também prevê a reintegração da Rússia à economia global, com o alívio gradual das sanções internacionais.
Fundo de Reconstrução e Reação de Kiev
O plano inclui um ambicioso pacote de reconstrução global para a Ucrânia. A iniciativa seria financiada, em parte, pelo investimento de US$ 100 bilhões dos fundos russos congelados, sendo que os Estados Unidos receberiam 50% dos lucros desse empreendimento. A Europa se comprometeria a igualar essa contribuição, aumentando o investimento total disponível para a reconstrução.
Em Kiev, o presidente Volodymyr Zelensky afirmou que irá propor "alternativas" ao plano americano e garantiu que não irá "trair" os interesses nacionais. Ele está consultando aliados europeus, que reafirmaram seu apoio a Kiev e insistiram que qualquer acordo deve levar em consideração a posição ucraniana e da União Europeia. O gabinete presidencial deve discutir os termos com as autoridades americanas nos próximos dias.
Via: G1 / AFP
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