INTERNACIONAL: Trump vence caucus em Lowa com 51%: 'Não vai demorar muito', diz sobre decisão das prévias republicanas.

INTERNACIONAL: Trump vence caucus em Lowa com 51%: 'Não vai demorar muito', diz sobre decisão das prévias republicanas.

Foto/ O Globo.

Em meio ao frio congelante, eleitores republicanos enfrentaram os termômetros negativos de Iowa nesta segunda-feira para escolher o representante do partido nas eleições presidenciais. O ex-presidente Donald Trump, que liderava com folga as pesquisas, venceu com 51% dos votos e, até o começo da madrugada no Brasil, em 98 dos 99 condados, segundo resultados oficiais, mostrando que seu poder de mobilização supera até condições climáticas extremas. Sua vitória foi considerada histórica por especialistas e colegas de partido.

Em declaração após o resultado ter sido confirmado, Trump cumprimentou os demais candidatos, afirmando que todos "são bons e capazes", já de olho no apoio do governador da Flórida, Ron DeSantis, e da ex-embaixadora dos EUA nas Nações Unidas e ex-governadora da Carolina do Sul, Nikki Haley, caso venha a se tornar oficialmente o candidato do partido à Presidência — o que será oficializado somente na Convenção Nacional do Partido Republicano, em julho. A expectativa na campanha trumpista, no entanto, é que o candidato consiga a maioria dos delegados já no começo de março. Sobre a decisão das prévias, Trump assegurou:

— Não vai demorar muito.

Com 95% das urnas apuradas em Iowa, Ron DeSantis, com 21% dos votos, ficou em segundo lugar. Logo atrás aparece Nikki Haley, que obteve 19%. Ambos disputaram voto a voto o segundo lugar nas primárias que, num pleito contra um candidato com tantos problemas com a Justiça como Trump, ainda pode sofrer reviravoltas. Por isso a conquista de delegados (dos 40 de Iowa, que os divide proporcionalmente, 20 foram Trump, 8 para DeSantis e 7 para Haley) é importante mesmo com o favoritismo do ex-presidente.

Trump ganhou disparado nas áreas rurais de Iowa, com 39% de vantagem, e entre pessoas que não têm diploma universitário, obtendo uma fatia de 67% do eleitorado. Mas também venceu nos subúrbios (45%) e nas áreas urbanas (50%), incluindo a capital Des Moines, e entre republicanos com curso superior (37%), segundo levantamento do Times, ampliando seu apoio em relação ao caucus de 2016, em que chegou em segundo lugar, atrás do senador Ted Cruz, do Texas.

A estimativa é de que entre 100 a 120 mil pessoas votaram nesta segunda-feira, um comparecimento considerado baixo em comparação a outros anos (em 2016, foram 186 mil), mas significativo diante de uma onda de frio que, na zona rural do estado do Meio-Oeste, levou os termômetros a marcarem -40ºC.

Em 28 dos 99 condados de Iowa, havia apenas um local para o caucus, obrigando muitos eleitores a dirigirem distâncias consideráveis em meio a alertas de risco e rodovias cobertas de gelo. A campanha de Trump contou teve amplo apoio em áreas rurais, enquanto Haley focou nos subúrbios, onde os trajetos até os locais de votação são mais curtos. DeSanti dedicou seus esforços às duas frentes, sendo o único candidato a passar por todos os condados do estado. O esforço, apontam analistas, lhe garantiu a segunda colocação.

Em declaração a repórteres antes do início do caucus, às 19h locais (22h no horário de Brasília), Trump já havia previsto "uma noite incrível" e voltou a usar informação falsa sobre sua derrota para Joe Biden em 2020:

— Ganhamos duas vezes, como vocês sabem, duas eleições, e acho que teremos uma noite incrível hoje — disse o ex-presidente, reiterando o discurso enganoso de fraude na eleição de 2020, que levou Biden à Presidência dos Estados Unidos.

Diferentemente das primárias, nas quais o sistema de votação é muito similar às eleições gerais, o caucus republicano adota um formato peculiar, herança de tradição colonial que resiste até hoje em alguns estados como Iowa. Nele, os eleitores comparecem a um local determinado, geralmente escolas ou igrejas, para expressar seu voto diante dos presentes no momento da contagem, numa espécie de assembleia.

No início, um representante de cada campanha se dirige ao grupo e faz uma apresentação final do candidato. Os eleitores são então solicitados a votar por meio de voto secreto, com métodos que variam de acordo com cada local, mas na maioria das vezes usa cédulas de papel simples, sem uma listagem pré-definida. A maioria deles, na segunda-feira, votou em Donald Trump.

POR/ O Globo

 

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