Agro será responsável por 1/4 do PIB, mesmo com queda.

Agro será responsável por 1/4 do PIB, mesmo com queda.

Imagem / Divulgação.

Apesar da queda, o PIB do setor deve ficar acima de 25% do total do país; o principal fundamento pra esse cenário de recuo é a forte alta dos custos com insumos, tanto na agropecuária quanto nas agroindústrias.

O Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio brasileiro, calculado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), recuou novamente no terceiro trimestre de 2022, 2,08%. Desse modo, a queda do PIB acumulada de janeiro a setembro do ano chegou a 4,28% (Tabelas 1 e 2). Como visto nos relatórios anteriores, essa redução do PIB reflete sobretudo a forte alta dos custos com insumos no setor, tanto na agropecuária quanto nas agroindústrias, que tem superado os ganhos em valor bruto da produção.


É importante ressaltar que tal retração se verifica frente ao patamar recorde de PIB alcançado em 2021. Considerando-se os desempenhos parciais da economia brasileira e do agronegócio, estima-se que a participação do setor no total fique em por volta de 25% em 2022, pouco abaixo dos 27% registrados em 2021.

No terceiro trimestre do ano, diferentemente do trimestre anterior, os comportamentos foram opostos entre os ramos do agronegócio. No ramo agrícola, em que a pressão de custos tem se mostrado mais acentuada, o comportamento baixista observado ao longo do ano se manteve no trimestre de julho a setembro, com queda de 3,25% no PIB.

Essa queda refletiu também uma piora nos preços agrícolas ao longo do trimestre, na comparação com os patamares de 2021. Houve reduções do PIB dentro da porteira (7,48%), na agroindústria (1,01%) e nos agrosserviços (3,15%) – ver Tabela 2.

Já o PIB do ramo pecuário cresceu no terceiro trimestre, 1,23%. Nesse caso, apenas o PIB dos insumos recuou (3,10%), com altas para a pecuária dentro da porteira (3,51%), para a agroindústria (0,16%) e para os agrosserviços (0,39%), conforme dados da Tabela 2. Para o segmento primário pecuário, o bom resultado no trimestre refletiu especialmente o aumento da produção no terceiro trimestre.

Conforme mostra a Tabela 1, considerando-se os desempenhos nos três primeiros trimestres do ano, o PIB no acumulado de janeiro a setembro apresentou queda importante no ramo agrícola (5,69%) e modesta redução no ramo pecuário (0,24%); pela perspectiva dos segmentos, apenas o PIB dos insumos cresceu no período (25,33%), com reduções acumuladas nos segmentos primário (11,93%), agroindustrial (0,79%) e de agrosserviços (5,17%).

Na análise do período de janeiro a setembro, o resultado negativo do PIB do ramo agrícola decorreu especialmente da forte alta dos custos com insumos para a produção agrícola (dentro da porteira) – notar o importante crescimento do PIB dos insumos agrícolas (37,79%), que decorreu sobretudo dos maiores preços dos fertilizantes e dos defensivos.

Ademais, o PIB do segmento primário agrícola foi pressionado negativamente pelas menores safras de soja e cana-de-açúcar, produtos de alta relevância na formação do PIB. No caso da agroindústria de base vegetal, a modesta queda do PIB no período (0,30%) também reflete o avanço dos custos (das matérias-primas agrícolas e de outros custos industriais) de forma mais intensa que o avanço do valor da produção.

Além disso, o PIB agroindustrial também tem sido pressionado negativamente pela redução da produção (frente à do ano passado) em setores relevantes – como as indústrias de base florestal (produtos de madeira, móveis de madeira e papel), têxtilvestuarista e açucareira. Por sua vez, esse estreitamento das margens nos segmentos a montante, aliado às menores produções em setores agrícolas e industriais relevantes, explica a queda do PIB dos agrosserviços do ramo de janeiro a setembro (5,79%).

No segmento primário pecuário, a alta de 5,74% do PIB reflete algum aumento do valor bruto da produção, devido à maior produção e aos preços levemente maiores frente a 2021, somado à redução dos custos com insumos; nesse último caso, em relação ao patamar expressivamente elevado alcançado em 2021.



A redução de preços de rações e medicamentos, ao passo que tem favorecido o PIB primário pecuário, também explica a queda do PIB do segmento de insumos do ramo, de 5,51% de janeiro a setembro.

A retração do PIB da agroindústria da pecuária (2,87%) reflete o aumento dos custos industriais a taxas superiores às do crescimento esperado para o faturamento, como já mencionado. Isso provavelmente decorre de uma demanda por proteínas ainda enfraquecida no Brasil, o que dificulta o repasse pela indústria desse aumento dos custos. As quedas na agroindústria e nos insumos, por sua vez, pressionaram também o PIB dos agrosserviços, que recuou 3,32% no período.

É importante ressaltar que tal retração se verifica frente ao patamar recorde de PIB alcançado em 2021. Considerando-se os desempenhos parciais da economia brasileira e do agronegócio, estima-se que a participação do setor no total fique em por volta de 25% em 2022, pouco abaixo dos 27% registrados em 2021.

Além disso, o PIB agrícola também segue pressionado pela redução da produção em culturas importantes, especialmente soja e cana-de-açúcar.

No ramo pecuário, houve reduções do PIB para todos os segmentos, exceto o primário, no acumulado de janeiro a setembro.

Considerando os dados coletados até setembro, o PIB do segmento de insumos do agronegócio cresceu 25,33% em 2022. O desempenho do segmento foi impulsionado pelas atividades que compõem o ramo agrícola – o PIB dos insumos agrícolas avançou 37,79%, ao passo que o dos insumos pecuários apresentou retração de 5,51% (Tabela 1). A Figura 1 apresenta o comportamento esperado anual do faturamento, dos preços reais e do volume produzido em cada atividade.

Via / comprerural.com

 

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