Imagem / Tony Oliveira/CNA.
O ano de 2023 deve ser de mudança no ranking mundial das exportações de milho. Há anos na segunda colocação, o Brasil deve superar os Estados Unidos e, assim, assumir a dianteira no quesito embarques para o exterior do cereal.
Diretor de conteúdo do Canal Rural, Giovani Ferreira destacou a tendência de o Brasil se tornar o primeiro colocado na lista de maiores exportadores de milho. Ele falou sobre o tema na edição desta semana do boletim ‘AgroExport’.
Com base nas estatísticas de comércio exterior (Comex Stat) e em projeções apresentadas pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), Ferreira apontou que o Brasil deve exportar 50 milhões de toneladas de milho ao decorrer de 2023. Os Estados Unidos tendem a embarcar cerca de 48,8 milhões de toneladas.
A se confirmar, esse volume mostrará o rápido crescimento brasileiro no segmento. Em 2021, o país enviou para o exterior o total de 20,4 milhões de toneladas do cereal. No ano passado, as exportações mais que dobraram — e ficaram em 43,6 milhões de toneladas.
Diferentemente do Brasil, os Estados Unidos têm retraído suas exportações de milho no decorrer dos últimos anos. Das 69,6 milhões de toneladas embarcadas em 2021, o volume caiu para 62,7 milhões de toneladas no ano passado. Para este ano, a queda deverá ser maior — com expectativa de fechar o ciclo na faixa das 48,8 milhões de toneladas enviadas para outros países.
“Onde está a nossa disputa na exportação? Produção de carnes, que cresce, e o etanol, esse novo personagem no cenário do agronegócio brasileiro, que já está consumindo bastante milho”, disse Ferreira ao participar da edição desta terça-feira (28) do telejornal ‘Mercado & Companhia’. “Já está consumindo bastante milho. Hoje, o Brasil produz perto de 5,5 bilhões de litros de etanol [de milho] por ano, o que já consome mais de 10 milhões de toneladas de milho”, prosseguiu.
Ao conversar com a jornalista e apresentadora Pryscilla Paiva, ele apontou para o fato de, diante da guerra entre Ucrânia e Rússia, os Estados Unidos deram preferência ao mercado interno. Além disso, chamou a atenção para o fato de os norte-americanos sofrerem para ampliar a área de plantio — que há cerca de uma década está no patamar dos 100 milhões de hectares. “Não tem mais terra agricultável nos Estados Unidos”, afirmou Ferreira.
Além do milho: exportações de soja pelo Brasil e pelos EUA
Além da possibilidade de se tornar o maior exportador mundial de milho, o Brasil se consolida na dianteira no mercado internacional de soja. Para este ano, o Brasil deve embarcar para o exterior, conforme enfatizou Giovani Ferreira, o total de 92 milhões da oleaginosa — ante as 79 m/t de 2022 e 86,1 m/t de 2021.
Assim como na questão do cereal, os Estados Unidos devem fechar 2023 com queda nas exportações de soja — isso no comparativo com os dois anos anteriores. Em 2021 e 2021, os norte-americanos enviaram para outros países 61,6 e 58,5 milhões de toneladas, respectivamente. Neste ano, segundo o USDA, o volume não deve passar das 54,1 milhões de toneladas.
Boletim ‘AgroExport’
Apresentado por Giovani Ferreira, o boletim ‘AgroExport’ conta com edições semanais. O quadro é exibido às terças-feiras, dentro do telejornal ‘Mercado & Companhia’.
Via / Canal Rural
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