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Uma nova semente de trigo desenvolvida pela Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) apresentou alto potencial produtivo. Lançada neste mês, a variedade passou em testes de campo nas últimas 3 safras e deve permitir a expansão da produção nacional de trigo, reduzindo a necessidade de importação.
Os testes de campo alcançaram produtividade de quase 7 toneladas por hectare em Santa Catarina, onde a média de produção de trigo foi de duas toneladas por hectare. Ou seja, o ganho potencial na produção pode alcançar 350%.
Batizada de BRS Coleiro, apresentou adaptação às diversas condições de cultivo, boa qualidade industrial e ganhos na produtividade. O nome vem de uma ave brasileira, o coleiro (Sporophila caerulescens), muito apreciada por seu canto.
“Esperamos fomentar o cultivo e a comercialização para os diferentes sistemas de produção de inverno nas regiões recomendadas”, diz Manoel Carlos Bassoi, pesquisador da Embrapa Soja, no Paraná. A variedade é indicada para os Estados do Paraná, São Paulo e Santa Catarina.
Em São Paulo, a semente teve produtividade de 5,5 t/ha (toneladas por hectare), enquanto a média de produtividade dos agricultores paulistas foi de 3 toneladas, segundo a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento).
Já no Paraná, a produtividade foi menor. No entanto, ainda superou a da semente tradicional de trigo. No Estado, o plantio rendeu uma colheita de 4 t/ha, enquanto a média no Paraná é de 2,56 t/ha.
“Esses números reforçam o excelente potencial produtivo desse lançamento. A BRS Coleiro foi desenvolvida para favorecer os produtores que querem produtividades elevadas a campo”, afirma Bassoi.
De acordo com a Embrapa, a nova semente tem porte médio, ampla adaptabilidade e estabilidade de rendimento de grãos no Paraná, Santa Catarina e São Paulo.
O ciclo médio para espigamento (64 dias) e ciclo precoce para maturação fisiológica (111 dias) são características que atraem os produtores, por proporcionar melhor disponibilidade de janela de semeadura e planejamento para a safra de soja.
Bassoi diz que a BRS Coleiro apresenta grão extra duro e qualidade tecnológica da classe melhorador, com alta força de glúten e farinha de boa estabilidade. Isso indica que os grãos podem ser usados na produção de massas, na fabricação de pão industrial, do tradicional “pão francês” e, também, em misturas com farinhas fracas.
“Outro destaque desse lançamento é a sanidade da planta, que apresenta boa tolerância ao acamamento e ao crestamento, sendo resistente ao oídio e moderadamente resistente à giberela e às manchas foliares”, afirma Bassoi.
Parceira no desenvolvimento da cultivar, a Fundação Meridional vê grande expectativa na comercialização. “O seu elevado potencial produtivo, associado à ótima qualidade industrial, revela o BRS Coleiro como um novo patamar no melhoramento genético. Temos grandes expectativas em relação ao crescimento de participação de mercado, nas próximas safras”, diz Henrique Menarim, diretor-presidente da Meridional.
Via / Poder 360
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