Imagem: Reprodução/MetSul.
A temporada de seca chega ao fim no mês de outubro, que deverá ser mais chuvoso, apontou um monitoramento da MetSul. Mas o calor não deve dar trégua em parte do Brasil, com previsão de altas temperaturas durante o mês. Há ainda expectativa pela La Niña, o fenômeno de resfriamento do Pacífico.
La Niña vem mesmo aí?
A Organização Meteorológica Mundial, agência especializada da ONU, alertou em 11 de setembro sobre a possibilidade de 60% de ocorrência de La Niña entre outubro de 2024 e fevereiro de 2025. O CPTEC/INPE (Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) colocou a probabilidade de termos La Niña no último trimestre de 2024 em 81% no último dia 20 de setembro.
O fenômeno provoca o resfriamento em larga escala das temperaturas do oceano nas áreas centrais e leste do Pacífico Equatorial —o que acaba alterando a circulação de ventos, a pressão e o volume do chuvas na região. Por isso, o Nordeste pode ter uma primavera mais chuvosa, enquanto o Sudeste e o Sul podem ver calor mais ameno do que o esperado para a época, teoricamente.
Momento é de transição. Segundo o último boletim da NOAA (Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA), a variação da temperatura de superfície das águas no Pacífico Equatorial Central-Leste está no limite da faixa de neutralidade, entre +0,2ºC e -0,4ºC. A partir de -0,5ºC, considera-se que o La Niña já chegou. A NOAA estima em 71% a chance de o fenômeno entrar em atividade até novembro —e permanecer até março.
O que a gente tem observado e os modelos de previsão do mundo inteiro indicam é que La Niña este ano está atrasado, já era para estar um pouco mais avançado no tempo e a previsão é que seja uma La Niña fraca.
Francis Lacerda, do Instituto Agronômico de Pernambuco, à Radio Nacional da Amazônia
A volta das chuvas
O Centro-Sul verá mais temporais pontuais com o fim da temporada de seca, apontou a MetSul. Tanto nos estados do Centro-Oeste quanto do Sudeste, a chuva será irregular —intensa em uma cidade e ausente no município vizinho. A instabilidade neste estados, resultado da combinação entre calor e umidade, poderá gerar chuvas fortes localizadas, mas a média ficará abaixo do esperado em Mato Grosso, Tocantins e Pará.
O volume de chuva pode ficar acima da média em São Paulo, Minas Gerais e partes do Rio de Janeiro e norte do Rio Grande do Sul. A seca ainda persiste no Paraná, que deve ter precipitação abaixo da média, aponta a MetSul. A região central do país deve começar a ver mais chuva a partir da segunda quinzena do mês, segundo o Inmet.
O sudoeste do Amazonas e do Pará, além do norte de Rondônia, terá chuvas pouco acima da média. Já grande parte do Nordeste e do norte de Minas e Goiás verão chuvas próximas e abaixo da média.
O solo estará mais seco no Maranhão, Piauí e Bahia, enquanto o grande volume de chuvas no Sul favorecerá os plantios. Centro-Oeste e Sudeste podem ter boas colheitas de algodão e feijão com o retorno gradual das chuvas.
E o calor?
Não há muito refresco para boa parte do país, como o interior de São Paulo, Paraná, Minas Gerais e Mato Grosso, com temperaturas muito acima da médiaCuiabá terá mais dias acima dos 40ºC, com máximas de 43ºC a 44ºC. Oeste da Bahia, Piauí, Maranhão também verão bastante calor, com temperaturas médias podendo ultrapassar os 28ºC.
A região leste de São Paulo, incluindo a capital, terá alguns dias muito quentes, mas não haverá calor persistente. Apesar de partes do Sul também enfrentarem ondas de calor este mês, o Rio Grande do Sul não terá um mês muito acima da média no quesito calor. Suas áreas de maiores altitudes, aliás, terão temperatura abaixo da média, inferiores a 17ºC. Leste de Pernambuco, Rio Grande do Norte, sudeste do Amazonas e do Paraná, centro de Santa Catarina e sudoeste de São Paulo terão temperaturas médias para a época do ano.
Via / Uol.com.br
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