Pix supera dinheiro como forma de pagamento preferida do brasileiro, diz BC

Pix supera dinheiro como forma de pagamento preferida do brasileiro, diz BC

Imagem: Cris Faga/Dragonfly Press.

O Pix, meio de transferências instantâneas criado pelo BC (Banco Central) há quatro anos, superou o dinheiro como forma de pagamento mais utilizada pelos brasileiros. A informação faz parte da pesquisa "O brasileiro e sua relação com o dinheiro", divulgada nesta quarta-feira (4) pela autoridade monetária.

O que aconteceu

Pix se consolida como meio de pagamento preferido do brasileiro. Segundo levantamento do BC, o meio de pagamento instantâneo é usado por 76,4% da população. Além disso, é a opção utilizada com maior frequência para 46% dos consumidores.

Meio de pagamento era novidade na última edição da pesquisa. Na apuração realizada pela autarquia em 2021, o Pix era utilizado por 46% da população e citado como o mais frequente por apenas 17% dos entrevistados.

Cartões de débito também superam o dinheiro como meio de pagamento. A opção cresceu de 61,7% para 69,1% no período de três anos. O cartão de crédito (de 44,5% para 51,6%), por sua vez, é a forma de pagamento usada com maior frequência em estabelecimentos comerciais, segundo percepção de 42% dos caixas.

Dinheiro em espécie ainda se faz presente na vida dos brasileiros. O estudo mostra que as cédulas e moedas perderam o topo e recuaram para a terceira posição do ranking. Ainda assim, são utilizadas por 68,9% da população, queda de 14,7 pontos percentuais em relação à pesquisa anterior.

Cédulas e moedas são mais frequentes na população de menor renda. A pesquisa mostra o dinheiro em espécie como meio de pagamento para 75% das pessoas que recebem até dois salários mínimos. Entre aqueles com que ganham entre dois e cinco salários mínimos, o percentual é de 69%.

Uso do dinheiro físico também é ligeiramente maior entre os idosos. Conforme o levantamento, 72,7% das pessoas que têm 60 anos ou mais o utilizam; esse percentual cai para 68,6% entre aqueles que estão entre 16 e 24 anos.

Metade dos brasileiros avalia que não usará dinheiro em cinco anos. Questionados sobre o assunto, 53,4% dos entrevistados diz achar que aposentará as cédulas físicas. Outros 31,6% preveem redução da frequência de uso do meio de pagamento, 8,7% estimam a manutenção da frequência e apenas 3,4% avaliam o uso ainda maior do dinheiro até 2029.

Pesquisa ouviu 2.000 pessoas entre 28 de maio e 1º de julho de 2024. Entre os entrevistados, 1.000 compõem o público específico de caixas de estabelecimentos comerciais. O nível de confiança do levantamento é de 95% e a margem de erro é de 3,1 pontos percentuais.

Nota de R$ 200

BC reconhece baixo uso das notas de R$ 200, criadas em 2020. O diretor da administração da autoridade monetária, Rodrigo Alves Teixeira, afirma que a impressão das cédulas foi necessária em meio à expansão da demanda por dinheiro com o pagamento do auxílio emergencial. "Naquele momento, existia uma situação absolutamente atípica. Hoje, a gente pode dizer que não teve um uso tão alto da nota quando se podia imaginar no começo, mas ela atendeu a um objetivo muito claro", avalia.

A população estava estocando dinheiro, então você tinha que encontrar uma forma para a população ter acesso a um dinheiro que pudesse atender a essa demanda.

Rodrigo Alves Teixeira, diretor da administração do BC

"Dinheiro não retornava aos bancos", recorda Antônio Medina. O chefe do departamento do meio circulante do BC reforça que a criação da cédula de R$ 200 ocorreu em meio ao crescimento "bastante abrupto da procura pelas cédulas e moedas durante a pandemia do novo coronavírus. "A população sacava esse dinheiro dos seus pagamentos, dos seus benefícios, dos seus auxílios e esse dinheiro não retornava ao banco", diz ele.

Aumento da demanda ampliou rotina de produção da Casa da Moeda. Medina afirma que, antes da criação da nota de R$ 200, foi exigido diversos turnos de produção para a impressão exclusiva das cédulas de R$ 50 e R$ 100. Agora, ele descarta a retirada da face de circulação com a menor utilização do dinheiro físico. "Não tem nenhum plano de retirada de circulação, não. Não precisamos aumentar, mas também não precisamos destruir a nota", complementa o diretor.

Via / Uol.com.br

 

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