COVID-19: Pesquisadores alertam para possibilidade de nova onda da doença.

COVID-19: Pesquisadores alertam para possibilidade de nova onda da doença.

Imagem / Peter Linforth/Pixabay.

Na última quinta-feira (15), o Distrito Federal registrou a primeira morte por Covid-19 em 2024. A vítima, uma mulher com idade entre 30 e 39 anos, sem comorbidades, morava na região de Santa Maria e, conforme a Secretaria de Saúde do DF, não tinha tomado todas as doses da vacina.

A pasta também apontou um aumento de 102,1% nos casos de Covid em uma semana: as notificações subiram de 828 novos casos para 1.673 novos casos da doença. Segundo pesquisadores, esses números e o óbito alertam para uma possível nova onda da doença.

O g1 conversou com o pesquisador do Núcleo de Altos Estudos Estratégicos para o Desenvolvimento, da Universidade de Brasília Tarcísio Rocha Filho. Ele faz parte de um grupo de pesquisadores da UnB, da Universidade Federal de São João Del-Rei (UFSJ), da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e da Universidade do Estado da Bahia (UNEB) que acompanham os casos de Covid-19 no Brasil desde 2020.

Para o pesquisador, o vírus nunca deixou de circular na população, e há uma nova onda em curso. Mesmo que menos intensa do que a vivida entre 2020 e 2022, ela preocupa, principalmente com o período de volta às aulas (leia a entrevista abaixo).

É possível dizer que a Covid-19 voltou?

Tarcísio Rocha Filho: Na verdade, o vírus SARS-CoV-2 nunca deixou de circular na população, embora em muito menor intensidade do que no auge da pandemia. Isso permite que o vírus mude, e que novas variantes apareçam, que são mais contagiosas. No Brasil ocorreram cerca de 12 mil mortes ao longo do último ano e 862 no último mês. O número oficial de casos, que sempre é bastante subestimado, foi de 1,5 milhão em todo o país em um ano, sendo 150 mil no último. Há uma nova onda em curso, de baixa intensidade, mas em diferentes estágios segundo o local.

Quais são as possíveis causas dessa nova onda de Covid-19?

Tarcísio Rocha Filho: Novas ondas são causadas pela aparição de novas variantes que conseguem, de alguma forma, driblar a imunidade adquirida ao ter a doença ou pela vacinação.

g1: As férias e o carnaval podem ter aumentado as chances de contágio?

Tarcísio Rocha Filho: Períodos de férias facilitam o deslocamento de pessoas entre cidades, e portanto uma mais rápida circulação de novas variante por todo o território. Já o carnaval causa grandes aglomerações em um curto período de tempo, o que também facilita a transmissão do vírus entre as pessoas.

E quando a população poderá sentir, com relação ao número de casos, o efeito desse tempo de 'descuido'?

Tarcísio Rocha Filho: O tempo de incubação do vírus é em torno de cinco dias. Mas, o que se espera, é uma onda de baixa intensidade quando comparada com o que ocorreu entre 2020 e 2022.

A volta as aulas é uma preocupação nesse momento?

Tarcísio Rocha Filho: A volta às aulas tende a aumentar a circulação do vírus. Apesar de os casos serem mais leves em crianças, com raros casos graves, elas transmitem o vírus para os pais e pessoas próximas. Não há razão para qualquer suspensão de atividades escolares, apenas uma maior atenção para identificar casos. É de extrema importância vacinar também todas as crianças de forma completa, como para qualquer outra doença para a qual exista uma vacina. A grande maioria dos casos graves da Covid-19, que podem levar à morte, são de pessoas que não se vacinaram apropriadamente.

Existem novos sintomas, além dos já conhecidos como febre e tosse?

Tarcísio Rocha Filho: Os sintomas permanecem essencialmente os mesmos. Por vezes, pode parecer um quadro gripal, o que leva muitas pessoas a não suspeitar da Covid-19, o que também favorece a transmissão do vírus (veja mais abaixo os sintomas da Covid-19).

Como se proteger dessa nova onda da doença?

Tarcísio Rocha Filho: A principal medida é manter a vacinação em dia, com a última forma da vacina. Não basta ter tomado uma ou duas doses, pois a proteção cai com o tempo, e as primeiras vacinas não eram adaptadas para as atuais variantes. Sempre que houver um aumento do número de casos, e sobretudo para os grupos de risco, evitar aglomerações e usar máscaras apropriadas.

Covid-19 no DF

De acordo com a Secretaria de Saúde do Distrito Federal, a taxa de transmissão da Covid-19 voltou a subir e, na última semana, estava em 1,23. Ou seja: cada 100 pessoas infectadas transmitem o vírus para outras 123.

Ainda segundo a secretaria, em apenas uma semana foram registrados 1.673 novos casos da doença. O aumento foi de 102,1% em relação a semana epidemiológica anterior, quando foram registrados 828 novos casos.

Na última semana, a taxa de ocupação dos leitos públicos de UTI também subiu e estava em 95,16%. Veja os números da Covid no DF, de acordo com a Secretaria de Saúde, desde o início da pandemia:

Total de casos: 931.279

Total de mortes: 10.990

Covid x Dengue

O país vive, em 2024, um aumento também dos casos de dengue. Os sintomas das duas doenças, apesar de semelhantes, têm suas particularidades.

Na dengue, o sintoma mais clássico é a febre alta, que aparece abruptamente no começo da infecção. A Covid tem como característica os sintomas respiratórios.

Principais sintomas da dengue

Febre alta, superior a 38°C

Dor no corpo e articulações

Dor atrás dos olhos

Mal-estar

Falta de apetite

Dor de cabeça

Manchas vermelhas no corpo

Principais sintomas da Covid

Tosse

Dor de garganta

Coriza

Perda de olfato

Dor abdominal

Fadiga

Via / G1

 

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