Dólar — Foto: freepik.
O dólar opera em forte alta nesta sexta-feira (8), com investidores mais de olho na agenda doméstica, depois de dias de muita agitação internacional com a vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais dos Estados Unidos.
O destaque deste pregão fica com a inflação brasileira. Segundo o Instituto Brasileira de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) avançou 0,56% em outubro, puxado pelo aumento da conta de luz e das carnes. A expectativa do mercado financeiro era de uma alta de 0,53%, em média.
Com o resultado, o IPCA acumula uma alta de 3,88% em 2024 até aqui, se aproximando do teto da meta de inflação para este ano. A meta é de 3,0% e será considerada formalmente cumprida se a inflação ficar dentro de um intervalo de 1,5% a 4,5%.
Já em 12 meses, o índice acumula alta de 4,76%, acima do limite da meta. Em outubro de 2023, o índice de preços registrou alta menos expressiva, de 0,24%.
O mercado também continua aguardando um anúncio de um pacote detalhado de cortes de gastos públicos pelo Governo Federal. Na última quarta, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que espera anunciar os cortes em breve, mas que aguarda aval do presidente Lula para detalhes na proposta.
Dólar
Às 09h55, o dólar subia 1,35%, cotado a R$ 5,7520. Veja mais cotações.
No dia anterior, a moeda subiu 0,02%, cotada a R$ 5,6752.
Com o resultado, acumulou:
queda de 3,32% na semana;
recuo de 1,84% no mês;
ganho de 16,95% no ano.
Ibovespa
O Ibovespa começa a operar às 10h.
Na véspera, o índice encerrou em baixa de 0,51%, aos 129.682 pontos.
Com o resultado, acumulou:
avanço de 1,22% na semana;
ganhos de 0,02% no mês;
recuo de 3,36% no ano.
O que está mexendo com os mercados?
Investidores no Brasil também seguem com as atenções voltadas ao cenário fiscal. Desde o fim do segundo turno das eleições municipais no fim de outubro, o mercado aguarda o anúncio de um pacote de cortes de gastos públicos pelo governo federal.
A equipe econômica passou a semana toda se reunindo com os ministérios para negociar os cortes e, segundo o ministro Fernando Haddad, o anúncio de como e de quanto serão esses cortes deve chegar em breve.
O tema é importante para o mercado financeiro porque há uma percepção de que, sem cortes, o governo não será capaz de honrar o arcabouço fiscal — que é o conjunto de regrar que determina, entre outros pontos, quanto o país pode gastar.
Nesta quinta, o Tesouro Nacional divulgou que as contas do governo tiveram um déficit de R$ 105,2 bilhões de janeira a setembro deste ano. Esse número representa aumento em relação ao mesmo período de 2023, quando foram registrados R$ 94,3 bilhões de déficit.
O resultado negativo de janeiro a setembro está longe da meta fiscal do governo, de zerar o déficit em 2024. Ou seja, equilibrar despesas e receitas.
Lá fora, o mercado segue repercutindo a reunião do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) desta quinta-feira, que acabou com um novo corte nos juros. A decisão foi por uma redução de 0,25 ponto percentual (p.p.), para a faixa de 4,50% e 4,75%.
O corte foi menor do que o observado na reunião passada, quando o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) decidiu diminuir os juros em 0,50 p.p., após passar quatro anos sem realizar reduções nas taxas.
Em comunicado, o Fomc informou que indicadores recentes sugerem que a atividade econômica continuou a expandir em ritmo sólido, reforçando que apesar de a inflação norte-americana ter caminhado para a meta de 2%, continua em patamares elevados.
Além disso, com a eleição de Donald Trump, que vai comandar os EUA pelos próximos quatro anos, a partir de 2025, especialistas esperam ver novas forças inflacionárias que podem levar o Fed a manter uma postura mais restritiva com os juros nos próximos anos.
Taxas maiores aumentam a rentabilidade dos títulos públicos americanos, considerados os mais seguros do mundo. Isso tende a levar mais dinheiro para os EUA e pode valorizar o dólar.
Via / G1
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