Prévia da inflação sobe 0,39% em junho e tem alta de 2,52% no 1º semestre.

Prévia da inflação sobe 0,39% em junho e tem alta de 2,52% no 1º semestre.

Imagem: BRUNO ROCHA/ESTADÃO CONTEÚDO.

A prévia da inflação oficial desacelerou para 0,39% em junho, ante alta de 0,44% verificada em maio, mostram dados divulgados nesta quarta-feira (26) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Com a variação, o IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) fecha o primeiro semestre com alta acumulada de 2,52%. No mesmo mês do ano passado, a taxa mensal do indicador foi de 0,04% e o acumulado dos seis primeiros meses do ano ficou em 3,16%.

O que diz o IPCA-15

Prévia da inflação foi a maior para meses de junho desde 2022 (+0,69%). No mesmo período do ano passado, o indicador apresentou variação positiva de apenas 0,04%. Em 2024, a taxa só é inferior aos aumentos de fevereiro (0,78%) e maio (0,44%).

Variação anunciada é inferior às expectativas do mercado financeiro. As projeções dos analistas apontavam para uma leve aceleração do IPCA-15 em junho, com taxa prevista de 0,45%, valor 0,06 ponto percentual maior do que o resultado oficial.

IPCA-15 fecha o primeiro semestre com alta acumulada de 2,52%. Inferior à taxa de 3,16% registrada no ano passado, o avanço é o menor para o intervalo entre janeiro e junho desde a oscilação de 0,37% apurada em 2020, quando dois dos seis primeiros meses do ano apresentaram deflação.

No acumulado dos últimos 12 meses, a variação do indicador é de 4,06%. O percentual, referente à variação do índice entre junho de 2023 e julho de 2024, superar a taxa de 3,7% do período encerrado em maio. O movimento interrompe a sequência de três meses seguidos de desaceleração do índice.

Resultado mantém a prévia da inflação dentro da meta. O intervalo estabelecido pelo CMN (Conselho Monetário Nacional) determina que IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) deve terminar este ano em 3%. O valor tem margem de tolerância de 1,5 ponto percentual, entre 1,5% e 4,5%.

Alimentos mais caros

O grupo de alimentação e bebidas foi o principal vilão dos brasileiros no mês. Com alta de 0,98%, a variação de preços do segmento foi puxada pelo encarecimento da refeição no domicílio, que saltou 1,13% em junho, após alta de 0,22% registrada no mês anterior.

Com salto de 24,18%, a batata inglesa é listada como a maior contribuição para o resultado. Também ficaram mais caros os preços do leite longa vida (8,84%), do arroz (4,20%) e do tomate (6,32%). Por outro lado, feijão-carioca (-4,69%), a cebola (-2,52%) e as frutas (-2,28%) apresentaram deflação.

Preço da alimentação fora do domicílio também subiu mais do que em maio. A aceleração, de 0,37% para 0,59% contou com as altas de lanche (de 0,47% em maio para 0,0% em junho) e da refeição (de 0,34% para 0,51%) entre maio e junho.

Preço de contas essenciais avança.

As tarifas de água e esgoto (2,29%) e a energia elétrica residencial (0,79%) aumentaram em junho. As altas foram determinantes para a alta de 0,63% do grupo de habitação.

As variações foram ocasionadas por reajustes. A taxa de água foi influenciada pelos reajustes de 6,94% em São Paulo (5,48%), a partir de 10 de maio, de 9,85% em Brasília (4,6%), a partir de 1º de junho, e de 2,95% em Curitiba (2,86%), a partir de 17 de maio.

No caso da energia elétrica, os reajustes foram aplicados em Salvador (+1,63%) e Belo Horizonte (6,76%). Na contramão, Recife (-2,64%) e Fortaleza (-1,14%) tiveram atualizações negativas determinadas ao final do mês passado.

Outros grupos

Em transportes, houve variação negativa de 0,23%. A redução foi determinada pela queda de 9,87% nos preços das passagens aéreas. Valor de todos os combustíveis caiu no mês, com baixas do etanol (-0,8%), gás veicular (-0,46%), óleo diesel (-0,42%) e gasolina (-0,13%).

Devido à volatilidade de passagem aérea, apostamos que a surpresa baixista do item deverá ser revertida em breve, o que nos fez manter a perspectiva para o IPCA do ano, relegando os ajustes apenas às projeções de curtíssimo prazo.

Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos.

O grupo Saúde e cuidados pessoais teve variação de 0,37%. A alta resulta do reajuste de até 6,91% no preço dos planos de saúde autorizado pela ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), com vigência a partir de maio de 2024.

Veja como foi a variação de cada um dos grupos em junho

Alimentação e bebidas: 0,98%

Artigos de residência: -0,01%

Comunicação: 0,17%

Despesas pessoais: 0,25%

Educação: 0,05%

Habitação: 0,63%

Saúde e cuidados pessoais: 0,57%

Transportes: -0,23%

Vestuário: 0,3%

O que é o IPCA-15

O IPCA-15 foi criado para oferecer a variação dos preços nos 30 dias finalizados na metade de cada mês. O indicador começou a ser divulgado em maio de 2000 e representa uma prévia do IPCA, o índice oficial da inflação no país. Para este mês, a apuração consiste no período entre 16 de maio e 14 de junho.

A coleta de preços do IPCA-15 é feita em um período não calculado pelo IPCA. Com isso, o indicador com mostra qual será a tendência do resultado do final do mês. A análise tem como alvo as famílias com renda de 1 a 40 salários mínimos, residentes em 11 áreas urbanas do Brasil.

Via / Uol.com.br

 

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