Foto: AEN.
A Secretaria estadual da Saúde (Sesa) reforça o alerta a pais e responsáveis que a maioria dos casos de envenenamento de crianças ocorre dentro das próprias casas. Um levantamento feito pela pasta, por meio da Divisão de Vigilância de Zoonoses e Intoxicações (DVVZI), aponta que de 2018 a 2023 ocorreram 11.514 registros de intoxicação, 94% deles com produtos encontrados nas residências.
Segundo dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan Net), o medicamento é o maior vilão das crianças em geral, de 0 a 12 anos, seguido de produtos de uso domiciliar e químicos. A intoxicação por medicamento ocorre, em sua maioria acidental, por via digestiva e representa 45% das notificações. De 2018 a 2023 foram registradas 5.089 intoxicações, uma média de mil ocorrências por ano. As crianças de 0 a 4 anos são as que mais sofrem com esse tipo de acidente.
Nesse mesmo período houve o registro de 2.397 acidentes com produtos de uso domiciliar, como alvejantes, detergentes, desinfetantes, entre outros, e 786 por produtos químicos. Raticidas, agrotóxicos, plantas tóxicas, cosméticos também aparecem como causadores de intoxicação.
Para evitar tais situações, a orientação é manter os medicamentos, produtos de limpeza e outros intoxicantes guardados em local seguro, fora do alcance de crianças, como em armários trancados. Jamais guardar medicamentos vencidos também é um dos cuidados que devem ser adotados.
De acordo com a bióloga da Sesa, Juliana Cequinel, as crianças possuem características próprias que as tornam mais propensas a acidentes por intoxicação. A curiosidade é uma dessas principais características. “É a fase da experimentação oral. Ou seja, é quando os pequenos querem levar tudo à boca. A apresentação, envolvendo tamanho, forma e cor dos medicamentos, associada ao acesso fácil contribuem para o grande número de acidentes. A orientação é que sejam armazenados em lugares mais altos e, de preferência, em armários trancados”, alerta.
Com 16% dos casos de intoxicação em pessoas de até 12 anos, os produtos de uso domiciliar também devem ser armazenados de maneira adequada. O acesso e a apresentação desses produtos são um convite à curiosidade infantil. Alguns deles são clandestinamente comercializados em garrafas pet, confundindo ainda mais o seu conteúdo, ficando muito parecido com sucos e refrigerantes.
CAMPANHA – Anualmente, durante o mês de outubro é feita a Campanha de Prevenção do Envenenamento Infantil, com divulgação por videoconferência e nas redes sociais junto às 22 Regionais de Saúde do Paraná. O objetivo é prevenir e informar pais, responsáveis, educadores, profissionais de saúde, órgãos oficiais e instituições não governamentais sobre esse tema.
Além de deixar os produtos em lugares altos, de difícil alcance para os pequenos, existem outras orientações da equipe de Vigilância de Zoonoses e Intoxicações:
- nunca falar às crianças que medicamento é doce, faz crescer ou deixa forte
- não reutilizar embalagens para armazenar produtos perigosos, como garrafas de refrigerantes, potes, frascos vazios
- não deixar cosméticos ao alcance das crianças
- as crianças devem ser sempre supervisionadas por adultos
CASO DE ACIDENTE – Em caso de envenenamento com qualquer produto ou agente tóxico, procurar imediatamente atendimento médico. Se possível, levar foto, nome ou embalagem do produto ou agente tóxico causador de acidente. É importante ter o contato do centro de informações toxicológicas de sua região em local visível e fácil, caso precise de atendimento urgente ou de prevenção.
Para outras dúvidas e informações entrar em contato com o Centro de Controle de Envenenamento do Paraná pelo 0800 41 0148, com plantão 24 horas.
Via / AEN
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