Foto: Polícia Civil/Palmital.
A prisão de José Airton Lucas 27 anos após matar a esposa e ser condenado fez a Polícia Civil desvendar outro crime pelo qual ele responde agora: a utilização de documentos falsos e nova identidade que assumiu depois do assassinato em 1997, em Palmital, na região central do Paraná.
José Airton foi preso em uma fazenda em Diamante do Sul, no oeste do estado, realizando trabalhos informais e foi através do monitoramento das redes sociais dos filhos que a polícia conseguiu chegar ao endereço do homem que já cumpre a pena de 13 anos pelo assassinato da esposa.
- Quando o homem matou a esposa?
José Airton matou a esposa, com quem teve dois filhos, em 21 de dezembro de 1997, na Vila Coamo, em Palmital. Após uma discussão, o homem deu cinco facadas na esposa, que morreu na sequência.
- O que aconteceu após o crime?
Após o crime, a polícia apurou que o homem furtou os documentos pessoais de um vizinho e fugiu para Santa Catarina levando um dos filhos, que era criança, mas que depois acabou ficando com outros familiares.
Após um período, no qual a polícia ainda não sabe quantificar, o homem se mudou para Diamante do Sul, com a identidade furtada do vizinho e que passou a ser a "nova" identidade dele.
Na cidade, ele se casou novamente há 19 anos e teve mais dois filhos com a atual esposa. Ambos filhos foram registrados com nome falso. A atual cônjuge e os dois filhos afirmara à polícia que não sabiam do crime e nem do nome verdadeiro do homem.
- Como a polícia chegou ao paradeiro do condenado?
As investigações iniciaram há cinco meses após a polícia fazer uma varredura em mandados de prisão em aberto na comarca e descobrir que o homem jamais tinha sido encontrado após o crime e posterior condenação.
A polícia chegou ao paradeiro de José Airton através do monitoramento das redes sociais dos filhos mais velhos dele por cerca de cinco meses. Atualmente o homem mantinha contato com os dois, que sabiam do crime e do paradeiro do pai, segundo a polícia.
Em uma das redes sociais os investigadores encontraram uma conexão com um perfil de nome semelhante ao nome original do criminoso e se desenrolou até a polícia descobrir que ele utilizava documentos falso.
- Quando foi a prisão?
A prisão ocorreu na última quinta-feira (28). José Airton foi encontrado trabalhando informalmente em uma fazenda em Diamante do Sul, na região oeste do estado.
Segundo a polícia, ele trabalhou informalmente nos últimos 19 anos com serviços como colocação de cercas e cuidados gerais da propriedade, onde também mora a nova esposa e os dois filhos do atual relacionamento.
O delegado afirma que foram cerca de 30 dias dialogando com os donos da fazenda que, ao serem questionados se conheciam José Airton, disseram que não e que apenas conheciam um homem cujo nome era "Nelson Pereira". O nome citado pelos donos, é o da identidade furtada em 1997.
- Onde o homem viveu ao longo dos 27 anos após o crime e condenação?
A polícia afirma que após o crime ele morou durante um período em Santa Catarina e que não sabem ao certo quando ele se mudou para o interior do Paraná, onde vivia atualmente.
- Por quais crimes o homem passou a responder?
O delegado relatou ainda que o homem também tinha um mandado de prisão preventiva por outro homicídio em Joinville, cometido em 1998 em uma boate. Na ocasião, José Airton matou um homem a tiros dentro de uma boate.
Airton que agora cumprirá a condenação a 13 anos de prisão pela morte da esposa também responderá pelo crime em Joinville, posse irregular de arma – apreendida com ele no momento da prisão – e falsa identidade.
- O que falta esclarecer?
A polícia ainda não esclareceu como o homem ficou impune por tantos anos sem que houvessem outras tentativas de identificar o paradeiro dele.
Falta esclarecer também como nunca houve conflito de informações entre os documentos falsos usados por José Airton e o verdadeiro titular dos documentos.
Fonte: G1/PR
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