Perdas de produtividade em detrimento a matocompetição são comum em lavouras onde o manejo de plantas daninhas não é realizado corretamente. Muitas vezes as aplicações em condições climáticas inadequadas quando há baixa umidade relativa do ar ou temperatura elevada fazem com que o controle não seja satisfatório.
Em outros casos, o atraso no manejo e aplicações realizadas fora do estágio ideal, ou seja, quando as daninhas se encontram na fase adulta também tendem a reduzir a performance dos herbicidas. Além disso, a resistência de algumas plantas a determinados grupos químicos de herbicidas são a maior preocupação dos produtores nos dias de hoje.
Em se tratando da resistência, o uso sucessivo de determinados ativos de herbicidas que apresentam o mesmo mecanismo de ação sobre uma determinada população de plantas ao longo do tempo, fez com que hoje, a nível de campo, se encontre plantas resistentes a estes, exigindo a busca por alternativas no controle, e essa alternativa, em se tratando de resistência, se resume a uma única saída: uso de herbicidas que apresentem ativos cujo mecanismo de ação é diferente ao que a planta apresenta resistência, o que popularmente é conhecido por rotação de moléculas.
Atualmente, são exemplos clássicos de resistência, espécies de Digitaria spp. (Capim Amargoso) pertencente ao grupo de folhas estreitas (monocotiledôneas) e espécies de Conyza spp. (Buva) pertencente ao grupo de folhas largas (dicotiledôneas); ambas resistentes ao Glifosato, cujo mecanismo de ação envolve a inibição da enzima EPSPS.
Para resolver estes casos, deve-se optar pelo uso de herbicidas que apresentem mecanismos de ação distintos ao mencionando anteriormente, levando em consideração o grupo de planta em questão. Para o caso do Capim Amargoso o uso de herbicidas a base de Haloxifop e Cletodim são alternativas para controle de plantas pós emergidas. No caso da Buva, o uso de herbicidas a base de Triclopir, por enquanto, se encontram como uma alternativa para controle desta planta.
Além dessas alternativas, o uso de herbicidas pré-emergentes também devem ser levado em consideração no momento de definir medidas de controle. Esses herbicidas, como o próprio nome sugere, apresentam a característica de impedir a emergência de plântulas ou inibir o desenvolvimento inicial destas e se apresentam como uma excelente ferramenta no manejo de plantas daninhas de modo geral.
A escolha por esse grupo de herbicida permite ação sobre o banco de sementes do solo, evitando a emergência e automaticamente eximindo qualquer risco de matocompetição, além de apresentar ação sobre plântulas, as quais tendem a ser mais sensíveis a ação dos herbicidas. Também vale ressaltar que a maioria dos ativos presentes nos herbicidas pré emergentes apresentam longo período de ação, ou seja, podem apresentar níveis de controle que perduram por até 40 dias após aplicados.
São exemplos, herbicidas a base de Diclosulam, Clomazone, Flumiozaxin, Imazethapir, Imazapic, Imazapir, Metribuzin, S-metolachlor, Sulfentrazone e Trifluralina. Cada um desses herbicidas apresenta características específicas quanto a dinâmica de persistência no ambiente, espectro de ação, período de carência e seletividade, bem como condições ambientais específicas para apresentar a melhor performance.
Dessa forma vale ressaltar a necessidade de acompanhamento especializado através da orientação de técnicos com experiência de campo para se ter um controle satisfatório e evitar frustrações envolvendo o uso desse grupo de herbicidas.
Por: Danimar Dalla Rosa
RRMAIS Informação com Credibilidade