Tecpar participa de projeto para combater comércio e uso ilegais de agrotóxicos

Tecpar participa de projeto para combater comércio e uso ilegais de agrotóxicos

O Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) vai participar de um projeto do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento que busca combater o comércio e o uso ilegais de agrotóxicos. O acordo de cooperação técnica com a Superintendência Federal de Agricultura no Estado do Paraná (Mapa –SFA/PR) foi firmado nesta terça-feira (13). A iniciativa do projeto é do Ministério Público do Paraná (MP-PR).

Chamado de Sistema de Triagem Rápida de Agrotóxicos e Resíduos, o projeto utilizará equipamentos portáteis para a detecção de substâncias ilegais. O Tecpar contribuirá com a validação destes equipamentos, bem como com a confirmação das medições realizadas em campo por meio de análises laboratoriais.

Segundo o diretor-presidente do Tecpar, Jorge Callado, além da análise e triagem de agrotóxicos, o instituto será responsável pela pesquisa e desenvolvimento tecnológico, com ênfase no aprimoramento do uso dos equipamentos portáteis. “A pedido do Mapa, o Tecpar está compartilhando sua expertise e estrutura técnica neste importante projeto. O uso de equipamentos portáteis será uma importante ferramenta de apoio ao trabalho da fiscalização agropecuária e ambiental e das forças policiais no combate aos agrotóxicos ilegais”, diz o diretor-presidente do Tecpar.

Marcelo Bressan, chefe do Serviço de Fiscalização de Insumos e Sanidade Vegetal da Superintendência Federal de Agricultura no Paraná, destacou que o acordo é muito significativo para o setor do agronegócio, em especial por utilizar o equipamento portátil. "Precisamos agir de imediato na fiscalização e os laboratórios convencionais têm seu tempo determinado para entrega do resultado. O equipamento portátil vai apoiar o fiscal a tomar a providência necessária na averiguação. Vamos contar com o apoio do Tecpar para desenvolver a tecnologia para que consigamos os melhores resultados desse equipamento", afirma.

A ação também será importante para detectar agrotóxicos em florestas, mananciais, solo, água e outros ambientes sensíveis, com foco na sustentabilidade no Paraná. O projeto tem duração prevista de três anos.

ETAPAS – Para dar início ao projeto, técnicos do Mapa, da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) e do Tecpar avaliaram as principais tecnologias de instrumentos portáteis disponíveis no mercado com potencial para análise rápida de agrotóxicos e resíduos em campo.

Em campo, as equipes de fiscalização do Mapa e da Adapar farão a avaliação das amostras e substâncias suspeitas utilizando os equipamentos portáteis – espectrômetro no infravermelho com transformador de Fourier (FTIR).

Desse modo, poderão identificar rapidamente os ingredientes ativos de agrotóxicos legais e ilegais em produtos fiscalizados ou apreendidos. Também será possível detectar resíduos de agrotóxicos em vegetais provenientes do mal uso ou de resíduos de pulverizações. Em uma segunda etapa, as amostras reprovadas serão encaminhadas para o Tecpar, que fará as análises confirmatórias através dos métodos de referência.

RISCOS – Os agrotóxicos ilegais, sem registro no Mapa, falsificados e contrabandeados, oferecem riscos para a agropecuária, o meio ambiente e a saúde. A comercialização irregular pode, inclusive, ocorrer pela internet, por meio sites de comércio eletrônico, nos quais os produtos são vendidos sem o cumprimento das severas exigências da Lei dos Agrotóxicos (Lei 7.802/1989).

A gerente do Centro de Tecnologia em Saúde e Meio Ambiente, Daniele Adão, explica que a falta de procedência e eficácia dos agrotóxicos ilegais no controle e combate às pragas pode causar danos às lavouras e prejuízos aos agricultores. “Além disso, as substâncias químicas presentes nos agrotóxicos ilegais, quando expostas à flora, fauna e organismos podem causar mortes ou danos graves ao equilíbrio ambiental”, alerta Daniele.

EXPERTISE – O Tecpar possui infraestrutura e equipe técnica especializada no desenvolvimento, implantação, validação e execução dos ensaios químicos por meio de técnicas cromatográficas diversas, que compreendem os métodos de referência.

Nos laboratórios do instituto, que têm reconhecimento de suas competências com ensaios acreditados pela Coordenação Geral de Acreditação do Inmetro, são avaliados mais de 350 agrotóxicos. Os ensaios identificam resíduos de agrotóxicos procedentes do uso de defensivos na produção agrícola e também resíduos de medicamentos veterinários provenientes da defesa sanitária na produção pecuária.

 

 

Fonte: Agência Estadual de Notícias - AEN