A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta terça-feira (15/06), a Operação EFIALTES, com o objetivo de desmantelar uma rede de transmissão de ordens de líderes organização criminosa, que estão presos na Penitenciária Federal de Catanduvas/PR, para integrantes que estão em liberdade.
Cerca de 90 policiais federais cumpriram 26 mandados de prisão preventiva e 10 mandados de busca e apreensão em três estados: Paraná (Catanduvas e Cascavel), Santa Catarina (Chapecó) e São Paulo (São Bernardo do Campo). Dentre os bens apreendidos estão imóveis e carros de luxo. Ao todo foram realizados 16 mandados de busca em Catanduvas e sete em Cascavel.
Segundo as informações, um agente federal de execução penal de Catanduvas e também uma advogada auxiliavam no repasse de informações entre os detentos. O agente, alvo de mandado de prisão, deve responder pelos crimes de Associação ao Tráfico de Drogas, Organização Criminosa, Corrupção Ativa e Passiva e Lavagem de Dinheiro, com penas que podem ultrapassar os 30 anos de prisão.
O coordenador da Operação Efialtes, Martin Burrato Purper, explicou que a troca de informações era feita por bilhetes, sendo que o agente levava estes papéis para o exterior e, com o auxílio da advogada, eram entregues aos associados dos presos.
A troca de bilhetes foi flagrada por câmeras de monitoramento da penitenciaria, e a partir disso a Policia Federal deu início a investigação, que contou com apoio do Departamento Penitenciário Nacional e da Receita Federal do Brasil.
Ainda conforme a investigação, tanto o agente penitenciário federal quanto à advogada tinha vidas incompatíveis com os rendimentos declarados à Receita Federal. Em uma primeira apuração, acredita-se que cada um deles tenha movimentado de forma irregular, aproximadamente R$ 1 milhão. A policia acredita que as propinas estavam sendo recebidas há pelo menos quatro anos.
Segundo o Coordenador da Operação Efialtes, os bilhetes tinham ordens para ações de tráfico de drogas, aquisição de arma de fogo e outros crimes no Rio de Janeiro.
O Diretor da Penitenciária Federal de Catanduvas, Carlos Luiz Vieira Pires, relatou que o Departamento Penitenciário Federal adotou uma fiscalização muito restrita, sendo que já realizou 25 suspenções de direitos de visitas em Catanduvas.
A operação foi batizada de “EFIALTES” em alusão ao nome do homem que traiu sua “nação” por dinheiro, durante a Batalha das Termópilas, quando o exército grego enfrentou o exército persa.
A Polícia Federal ressalta que, em razão da situação de pandemia causada pelo novo coronavírus, foi adotada logística especial de preservação do contágio com distribuição de EPI’s a todos os envolvidos na missão, a fim de preservar a saúde dos policiais, testemunhas e investigados.