Imagem / Danimar Dalla Rosa.
Consideramos como plantas daninhas toda espécie de planta que causa dano e potencial para reduzir produtividade da cultura em que se pretende cultivar e obter saldo financeiro positivo. Em se tratando da cultura da soja são inúmeras as espécies capazes de reduzir produtividade e acometer o saldo financeiro desejado.
Capim amagroso (Digitaria spp.) e Buva (Coniza spp.) geralmente são as plantas que recebem maior atenção quando se trata do planejamento do manejo para o controle das plantas daninhas. Isso porque essas plantas apresentam difícil controle e resistência a algumas moléculas de herbicidas.
Outras plantas de difícil controle também se apresentam como vilãs nesse cenário: são o caso da Trapoeraba (Comelina spp.), Leiteiro (Euphorbia spp.) entre outras. Essas plantas, apesar de, por enquanto, não apresentar nenhum mecanismo de resistência a moléculas de herbicidas são de difícil controle, pois apresentam níveis de tolerância bastante elevados a algumas moléculas e também merecem atenção quando se trata do planejamento do manejo.
No entanto, em se tratando do manejo para evitar a competição com a cultura em questão deve se levar em consideração todo e qualquer potencial de competição. Por isso, deve se ter em mente o possível potencial de dano causado pelas plantas voluntárias, muito comuns em cultivos sucessivos. Neste caso, plantas voluntárias podem ser consideradas como daninhas.
Isso acontece quando se realiza a semeadura após a colheita da cultura do milho safrinha ou do trigo, onde, evitar perdas durante a colheita é algo inevitável. Neste caso, os grãos desperdiçados pela colhedora irá formar novas plantas que muitas vezes passam por despercebidas na lavoura recém implantada, causando danos e sendo responsável por reduções significativas na produtividade.
Plantas voluntárias de trigo, em alta densidade, e milho, além de ser possíveis potenciais de perdas em lavouras de soja devido a competição por umidade, nutrientes e luminosidade, também contribuem para a manutenção do ciclo de algumas pragas, como por exemplo a cigarrinha do milho, lagartas e percevejos. Neste caso, deve se ter em mente que, os problemas das plantas voluntárias vai além da simples competição com a cultura, e sim, pode contribuir para a manutenção de um problema que virá a tona no futuro próximo.
Nesta época do ano, onde boa parte das áreas destinadas a cultura da soja já foram semeadas, é muito comum presenciar o surgimento de lavouras com a presença de planas voluntárias. Muitas dessas áreas não recebem a devida atenção merecida, pois, causam a falsa impressão de que não apresentam o mesmo potencial de competição quando comparado as plantas daninhas em questão citadas anteriormente. No entanto, são inúmeros os trabalhos científicos publicados relatando os possíveis potenciais de dados dessas voluntárias para a cultura da soja, sem contar os prejuízos futuros pela manutenção do ciclo de algumas pragas.
Neste caso, além do conhecimento a respeito dos períodos de interferência da cultura para com as diversas daninhas que a acometem, deve se adotar medidas para controle das voluntárias com o mínimo de tolerância possível. Por isso, muitas vezes, o acompanhamento das áreas recém implantadas por profissionais com experiência de campo se faz necessário, evitando problemas futuros que hoje podem passar por despercebidos.
Por Damimar Dalla Rosa – Colunista RRMAIS
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