A forte geada que ocorreu na última quinzena foi responsável por prejudicar significativamente o desenvolvimento das pastagens, reduzindo sua capacidade de rebrote e, consequentemente, diminuindo a oferta de alimento para o gado. Os campos que antes eram verdes agora se tornaram acinzentados e o gado se obriga a comer o capim seco.

Esse cenário é responsável pela aceleração do processo de degradação das pastagens, pois as plantas que a compõem não têm condição de se reestabelecer rapidamente devido as temperaturas mais baixas e menor número de horas de sol que recebem durante esse período do ano e, além disso, o consumo e o tráfego dos animais contribuem ainda mais em favor desse processo.

Sabemos que o processo de degradação das pastagens é acelerado durante o inverno, no entanto, a baixa fertilidade do solo ou a má formação do pasto no momento da implantação também são fatores que beneficiam a formação de voçorocas e perda de qualidade do pasto nas invernadas. Além disso, plantas oportunistas das mais variadas espécies se beneficiam desse momento de fragilidade das gramíneas e acabam se fortalecendo e ganhando espaço com a possibilidade de colonização por novos indivíduos.

Um exemplo dessa situação é o que acontece com espécies de Senecio spp. Planta invasora, presente em pastagens e popularmente conhecida como Maria Mole, Berneira, Catchum, entre outros. Essa planta pouco ou nada sofreu com a ocorrência das geadas dos últimos dias e se beneficia nesse momento pela baixa competição com o capim, podendo avançar para áreas maiores dentro da invernada.

O mesmo pode acontecer com outras plantas invasoras, pois a fragilidade das plantas que compõem a pastagem favorece inúmeras espécies oportunistas que aguardam pela chance de predominar nas invernadas. Além disso, muitas destas podem se apresentar tóxicas quando ingerida pelos animais, fato esse que pode ocorrer em casos de escassez de alimento.

É por isso que em momentos como esse o correto manejo das pastagens se torna fundamental para garantir a rápida recuperação das plantas e o reestabelecimento da produção de alimento para o gado com o desenvolvimento de novas brotações. Isso se torna possível quando se estabelece o momento correto para saída do gado da invernada, evitando pastejos muito agressivos.

Além disso, a reforma da pastagem com calagem; subsolagem para descompactação, quando possível, e a correta adubação no final do inverno são essenciais para reestabelecer o fluxo de desenvolvimento das gramíneas. O controle e erradicação das plantas daninhas que emergem durante o inverno também se torna essencial e o uso de herbicidas específicos são indispensáveis no manejo, evitando assim problemas com matocompetição. Nesse cenário, o acompanhamento de técnicos especializados e com experiência de campo é fundamental para a orientação da melhor decisão a ser tomada em momentos como este.