Plantas daninhas em pastagens

Plantas daninhas em pastagens

Plantas daninhas em pastagens

São inúmeros os imóveis rurais no estado do Paraná onde encontram-se áreas de terra recobertas por uma espécie de gramínea popularmente conhecida por Brachiária ou Capim Braquiária. São espécies nativas ou cultivadas que formam a pastagem que serve como alimento para rebanhos de bovinos de raça europeia ou indiana.

As áreas onde encontram-se essas espécies de gramíneas, geralmente apresentam acentuado declive, formações rochosas bastante significativas e na maioria das vezes apresentam baixa fertilidade natural do solo. Todos esses fatores fazem com que muitas vezes operações com máquinas agrícolas e o cultivo de grandes culturas predominantes no estado se tornem inviáveis.

Apesar de todas essas adversidades, nessas áreas, essas espécies de gramíneas se desenvolvem muito bem, pois são menos exigentes em fertilidade, quando comparadas as culturas tradicionais, como soja ou milho. É sob essa circunstância que muitos pecuaristas veem nessas áreas a oportunidade para criação de rebanhos, que consequentemente produzem a carne que chega até o supermercado nos grandes centros urbanos.

No mesmo ambiente onde a pastagem se desenvolve, também emergem plantas das mais variadas espécies, que podemos tratar como daninhas, pois oferecem competição contra a espécie de cultivo, tornando-se uma ameaça ao desenvolvimento da pastagem e prejudicando o desenvolvimento do rebanho.

Essas espécies invasoras são extremamente agressivas, com enraizamento bastante profundo, capacidade de dispersão por sementes que por muitas vezes apresentam mecanismos de dormência para permanecerem no ambiente por um período maior de tempo, além de produzirem compostos que podem se tornar tóxicos aos animais quando ingerida.

Daninhas em pastagens são favorecidas principalmente pelo pastejo intensivo, excesso de animais em detrimento de uma pequena área ou por invernos mais rigorosos onde acontecem geadas frequentes, pois o frio tende a diminuir o desenvolvimento da pastagem e não na mesma intensidade das daninhas.

Quando surgem em pastagens, essas plantas devem ser controladas, pois ao longo do tempo tendem a aumentar a população, interferindo no desenvolvimento do pasto que serve de alimento para o gado, consequentemente obrigando a redução da lotação dos animais, diminuindo também a rentabilidade do pecuarista.

 Para isso, geralmente são utilizados herbicidas auxínicos, onde hoje encontram-se inúmeras moléculas no mercado, os quais apresentam uma boa ação de controle sobre as daninhas, as quais caracterizam-se, praticamente em sua totalidade, por dicotiledôneas (plantas de folhas largas). Esses herbicidas apresentam baixa ação sobre as plantas de folhas estreitas (monocotiledôneas), por isso pode-se dizer que são seletivos a pastagem, favorecendo o seu uso, sem maiores preocupações com o desenvolvimento do alimento do rebanho.

Esses herbicidas apresentam uma boa performance, mesmo em arbustos ou plantas semilenhosas, no entanto, o seu correto uso deve ser observado, respeitando as condições de umidade e temperatura, mas principalmente ao período do ano, pois, geralmente durante o inverno as plantas tendem a reduzir o metabolismo, reduzindo também a absorção do herbicida e por vezes tornando a aplicação ineficiente.

Cuidados com a pastagem são fundamentais para manter o bem estar do rebanho e fornecimento de alimento de qualidade durante todo o ano. É por isso que avaliações periódicas das invernadas procurando determinar o nível de infestação das daninhas, momento de entrada e saída do rebanho ou até mesmo a necessidade de reforma ou adubação de pastagens degradadas, procurando exclusivamente favorecer o desenvolvimento do capim, também contribuem para aumento da produtividade do rebanho, gerando mais lucro e renda.

Danimar Dalla Rosa

Danimar Dalla Rosa

Possui curso Técnico em Agropecuária pelo Colégio Agrícola Estadual Ângelo Emílio Grando - Erechim, RS. Engenheiro Agrônomo pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná - UNIOESTE. Foi bolsista de Iniciação Científica por dois anos consecutivos e bolsista do grupo PET Agronomia da UNIOESTE por mais dois anos. Foi estagiário; entre julho e outubro de 2014; no Setor de Melhoramento Genético da cultura do Trigo na Cooperativa Central de Pesquisa Agrícola - COODETEC em Cascavel - PR. Mestre na área de Produção Vegetal, linha de pesquisa manejo de culturas pela UNIOESTE e atua como Engenheiro Agrônomo na empresa Fertizan - Comércio de Defensivos Agrícolas. Também atua nas áreas de fruticultura e fitotecnia.