Aspectos relacionados a pré-colheita de grãos são temas de inúmeras discussões entre o meio acadêmico. Disciplinas ministradas em instituições públicas e privadas ligadas a ensino técnico ou superior e voltadas a cursos inseridos na área das ciências agrárias, oferecem conhecimento oriundo de pesquisas que buscam determinar fases ou pontos específicos durante o processo de maturação de sementes e frutos onde se encontra o maior acúmulo de matéria seca, ou seja, o ponto de maturidade fisiológica.
Conceitualmente, o processo de maturação fisiológica pode ser descrito como o período entre a fertilização do óvulo até o ponto de maturidade fisiológica propriamente dito. É nesse ponto onde as sementes desligam-se da planta mãe e por isso determinar corretamente o ponto exato de quando ocorre esse desligamento se faz necessário para que seja possível determinar com precisão o momento para dessecação ou até mesmo a colheita de uma lavoura, sem que ocorram prejuízos por antecipação de qualquer um desses processos.
Conceitualmente é muito fácil representar ou descrever esse processo fisiológico, no entanto, a campo e de acordo com a espécie que se está analisando, esse processo requer muita perícia e conhecimento prático, pois nem sempre fica evidente os aspectos relacionados a esse processo, fazendo com que em avaliações mútuas o resultado não seja unânime.
Por exemplo: sabemos que o ponto de maturidade fisiológica para alguns frutos está atrelado a mudança de cor do tegumento, no entanto, dependendo do avaliador, o resultado final não será o mesmo. Além disso, quando a avaliação busca determinar o ponto de maturidade de grãos em um conjunto de plantas as dificuldades aumentam, pois podem existir variações dentro de um talhão ou até mesmo entre os frutos de uma determinada planta. Para isso, o conhecimento técnico e a experiência de campo faz toda a diferença no momento da tomada de decisão.
Apesar de todas essas dificuldades, para algumas espécies de plantas, existem aspectos visuais fáceis de serem avaliados e que determinam com precisão o ponto exato em que o ponto de maturidade corre. Um exemplo é o milho. Para essa espécie, basta debulhar uma espiga e monitorar a presença ou ausência de uma camada de cor escura entre o grão e o sabugo. Ao passo que for identificada a presença dessa camada, se aceita como sendo este o ponto de maturidade fisiológica daquele grão.
Apesar de ser um aspecto visual de fácil identificação, temos que ter o bom senso de avaliar várias espigas em uma mesma lavoura para que o resultado no contexto geral seja o mais preciso possível. Para a cultura do milho, essa avaliação muitas vezes é fundamental para determinar o ponto de colheita, pois, ao passo que for identificado o ponto de maturidade, temos a ciência de que a partir desse momento aqueles grãos irão apresentar um percentual de umidade em torno de 32 e que a partir desse momento o único processo que acontecerá é a perda de umidade.
A determinação do ponto de maturidade fisiológica também é fator importante para estimar o potencial fisiológico das sementes. Acredita-se que nesse momento as sementes apresentem os maiores índices de germinação e vigor e que a partir do ponto de maturidade, eventos como chuvas excessivas, variações na temperatura e, principalmente, variações no teor de umidade da semente devido a intermitência entre dias chuvosos e secos fazem com que as sementes acabem perecendo, diminuindo significativamente seu potencial fisiológico.