Tadalafila como pré-treino: nutricionistas e especialistas alertam sobre riscos graves à saúde

Tadalafila como pré-treino: nutricionistas e especialistas alertam sobre riscos graves à saúde

A tadalafila, medicamento amplamente utilizado para o tratamento da disfunção erétil e hipertensão arterial pulmonar, vem sendo popularizada como uma alternativa de pré-treino por alguns frequentadores de academias e influenciadores digitais. O uso fora da indicação médica se justifica, segundo os adeptos, pelo efeito vasodilatador da substância, que poderia aumentar a oxigenação muscular e melhorar o desempenho físico. No entanto, especialistas da área da saúde alertam que não há comprovação científica sobre a eficácia desse medicamento para a prática esportiva, e os riscos superam qualquer possível benefício. Além de não trazer ganhos musculares comprovados, a automedicação pode gerar problemas cardiovasculares, tonturas, desmaios, aumento da pressão arterial e outros efeitos colaterais perigosos.

A disseminação da tadalafila como recurso ergogênico em academias e redes sociais preocupa médicos e nutricionistas, que enfatizam os potenciais danos causados pelo uso indevido da substância. O consumo do medicamento sem prescrição pode levar a complicações cardíacas graves, especialmente em pessoas com predisposição a problemas vasculares.

A falta de conhecimento sobre os reais efeitos da tadalafila fora de seu uso clínico específico faz com que muitos jovens utilizem o medicamento de maneira irresponsável. Essa prática reforça a necessidade de campanhas educativas para esclarecer os riscos e evitar a banalização do consumo de substâncias farmacológicas sem controle adequado.

Como a tadalafila age no organismo e por que seu uso como pré-treino é um erro

A tadalafila é um inibidor da enzima fosfodiesterase tipo 5 (PDE-5), responsável por degradar o monofosfato cíclico de guanosina (GMPc), um composto que auxilia no relaxamento dos vasos sanguíneos. Seu efeito principal é aumentar o fluxo sanguíneo em determinadas regiões do corpo, promovendo a vasodilatação, o que facilita a ereção peniana em pacientes com disfunção erétil. No entanto, essa mesma propriedade tem sido equivocadamente associada a um melhor rendimento esportivo, uma vez que a maior dilatação dos vasos sanguíneos poderia teoricamente aumentar a oxigenação dos músculos durante a atividade física.

Pesquisas médicas demonstram que o aumento do fluxo sanguíneo proporcionado pela tadalafila é localizado e não tem impacto significativo na performance esportiva. Diferente dos suplementos nutricionais com respaldo científico, como a creatina e a beta-alanina, a tadalafila não melhora a resistência, a força ou a recuperação muscular. Além disso, o uso contínuo e sem supervisão pode levar ao desenvolvimento de tolerância ao medicamento, tornando-o ineficaz quando realmente necessário para sua indicação terapêutica.

Entre os riscos mais graves da utilização inadequada da tadalafila estão a hipotensão súbita, síncopes, taquicardia e efeitos adversos cardiovasculares que podem ser fatais em indivíduos predispostos. O uso concomitante com outras substâncias, como termogênicos ou pré-hormonais, pode potencializar esses efeitos e aumentar ainda mais os riscos à saúde.

Efeitos colaterais e perigos da automedicação com tadalafila

Queda brusca de pressão arterial, levando a tonturas, desmaios e riscos cardiovasculares.

Taquicardia e palpitações, podendo resultar em arritmias perigosas.

Dores musculares e nas costas, como um dos efeitos adversos mais relatados.

Dor de cabeça intensa, resultante da vasodilatação excessiva.

Problemas gastrointestinais, incluindo azia, refluxo e indigestão.

Ereções prolongadas e dolorosas (priapismo), que podem causar danos permanentes ao tecido peniano.

Interferência com outros medicamentos, incluindo os usados para hipertensão e problemas cardíacos.

A combinação da tadalafila com nitratos, presentes em alguns medicamentos para doenças cardíacas, pode levar a uma queda severa da pressão arterial, representando risco de morte. Além disso, a substância pode interagir com bebidas alcoólicas, potencializando seus efeitos adversos.

Uso da tadalafila sem prescrição cresce entre jovens e preocupa especialistas

Um levantamento realizado em 2021 apontou que aproximadamente 51% dos usuários de tadalafila com menos de 30 anos não possuem disfunção erétil e utilizam o medicamento apenas para finalidades recreativas, como o aumento do desempenho sexual ou o suposto efeito pré-treino. O acesso facilitado a esses medicamentos, inclusive por meio de vendas ilegais pela internet, contribui para o crescimento desse consumo sem orientação médica.

Pesquisas também indicam que muitos jovens combinam a tadalafila com álcool e outras substâncias, aumentando os riscos de efeitos colaterais. O problema se agrava com a influência das redes sociais, onde criadores de conteúdo propagam o uso do medicamento sem qualquer embasamento científico ou preocupação com a saúde do público.

Alternativas seguras para melhorar a performance esportiva

Creatina, que auxilia na regeneração energética e melhora a força muscular.

Beta-alanina, responsável por reduzir a fadiga muscular em treinos intensos.

Óxido nítrico, precursor de vasodilatação segura para o organismo.

Cafeína, que melhora o foco e a resistência nos treinos.

Treino estruturado e progressivo, baseado na adaptação fisiológica natural.

Em vez de recorrer a substâncias farmacológicas indevidas, especialistas recomendam a adoção de estratégias seguras e eficazes para melhorar o rendimento físico, incluindo alimentação balanceada, descanso adequado e um planejamento de treino consistente.

O alerta do Conselho Federal de Farmácia sobre o uso indiscriminado da tadalafila

Diante da crescente automedicação e uso recreativo da tadalafila, o Conselho Federal de Farmácia (CFF) emitiu alertas sobre os riscos do consumo sem prescrição. A entidade destaca que o medicamento deve ser utilizado apenas sob orientação médica e que seu uso indevido pode resultar em danos irreversíveis ao sistema cardiovascular.

As autoridades de saúde reforçam que o combate à automedicação deve incluir fiscalização mais rigorosa sobre a venda irregular do medicamento, além de campanhas educativas para conscientizar a população sobre seus riscos.

Via / Mixvale.com.br

 

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