Imagem/O Globo.
A Pfizer prepara a submissão de um pedido à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para autorizar o uso das novas vacinas contra a Covid-19, chamadas de bivalente, em bebês de 6 meses a 4 anos.
Os novos imunizantes, que elevam a proteção contra a variante Ômicron, foram autorizados pela agência no último dia 22 para serem aplicados como um reforço no público acima de 12 anos.
A ampliação do sinal verde para o novo reforço às crianças de 5 a 11 anos já foi solicitada pela Pfizer no último dia 29, e está em análise pela Anvisa. A faixa etária já recebeu o aval em lugares como União Europeia, Estados Unidos, Chile, Israel, Costa Rica e Honduras.
Em relação aos bebês, a farmacêutica disse ao GLOBO que segue “trabalhando para encaminhar em breve à agência dados da vacina bivalente para uso na faixa etária de 6 meses a 4 anos”.
Ela destaca que o aval já foi concedido nos Estados Unidos na última semana. A solicitação é para que o esquema vacinal desse público, que é feito com três doses já de forma primária, tenha a última aplicação substituída por uma versão bivalente.
Os imunizantes bivalentes são versões atualizadas das vacinas originais. Para induzir a resposta imunológica, além de uma parte feita com a primeira variante do novo coronavírus, descoberta em 2019, eles contam com uma parte da variante Ômicron, predominante no mundo há cerca de um ano.
As primeiras doses, para os adultos, chegaram ao país nesta semana e estão em análise pelo Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS). Assim que liberadas, serão distribuídas para os estados e o Distrito Federal, segundo o Ministério da Saúde.
É esperado o recebimento de até 36 milhões de unidades até o fim de janeiro. A pasta prepara uma nota técnica com as orientações sobre quais grupos serão vacinados e quando.
Segundo especialistas, a expectativa é de que a campanha comece com os mais vulneráveis, como idosos e imunossuprimidos, e a aplicação seja feita no período de quatro meses após a última dose.
Vacinação de bebês ainda é restrita no Brasil
No momento, a imunização da faixa etária de 6 meses a 4 anos com as doses originais ainda é permitida no Brasil apenas para aqueles com comorbidades. Um parecer favorável para a ampliação a todos os bebês já foi dado pela Câmara Técnica de Assessoramento em Imunizações (CTAI) e pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec).
A decisão, porém, está em fase de consulta pública até amanhã. Depois, deve retornar à Conitec e ser avaliada pelo Ministério da Saúde. Especialistas defendem que a orientação de vacinar todos os bebês seja feita pela pasta, e citam um estudo publicado por pesquisadores brasileiros na revista científica Lancet que mostrou que mais de 70% das crianças internadas não tinham comorbidades.
— Já temos dados suficientes mostrando a necessidade de vacinar os mais novos, basta pegar os números de casos de hospitalização. A maioria entre 6 meses e 4 anos não tem comorbidades. Então é preciso vacinar todo esse público. A vacina é segura e pode proteger as crianças — afirma a diretora do comitê de imunizações da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Rosana Richtmann.
Via/O Globo.
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