Imagem/Preto No Branco.
O Papa emérito Bento XVI morreu neste sábado (31) aos 95 anos no convento onde vivia no Vaticano. Por décadas porta-voz do conservadorismo na Santa Sé, Bento tornou-se em 2013 a primeira pessoa a abrir mão do Papado em quase seis séculos.
A saúde de Bento XVI estava debilitada havia anos, e ele aparentava maior fragilidade a cada rara aparição pública que fazia. Uma de suas últimas fotografias foi tirada no dia 1º de dezembro de 2022, quando se encontrou com os ganhadores de um prêmio para teólogos batizado em sua homenagem.
Os primeiros sinais de que houve um agravamento de seu quadro vieram na manhã de quarta, quando o Papa Francisco disse que seu antecessor estava "muito doente" e pediu orações para que fosse confortado por Deus "até o fim". Pouco depois, o Vaticano confirmou a piora.
Renúncia ao Pontificado
Em 11 de fevereiro de 2013, Bento causou um terremoto na Igreja Católica quando disse que abandonaria o Pontificado após sete anos e meio por não se considerar mais apto para exercer o cargo. A inesperada renúncia e seu recolhimento ao mosteiro Mater Ecclesiae forçaram a comunidade religiosa a navegar por um mundo com dois Papas com estilos e visões diferentes sobre como a Igreja deve ser conduzida.
Sete anos e meio antes, quando a fumaça branca saiu da chaminé da Basílica de São Pedro para anunciá-lo como Papa, o cardeal alemão Joseph Aloisius Ratzinger parecia uma escolha óbvia: era o decano do Colégio de Cardeais e um dos colaboradores mais próximos de João Paulo II, a quem sucederia. Após o longo e marcante Papado do polonês, prevaleceu o nome do homem que por quase 25 anos foi chefe da Congregação para a Doutrina da Fé e liderava a ala conservadora do conclave.
Nascido em Marktl am Inn, na Alemanha, em 16 de abril de 1927, Joseph Ratzinger teve uma trajetória similar à de outros jovens do país na sua época: integrou a Juventude Hitlerista e, depois, lutou na Segunda Guerra Mundial, mas desertou do Exército. Ordenou-se padre na década de 1950, e logo depois o doutorado em Teologia.
Bento esteve no Brasil como Papa apenas uma vez, em maio de 2007, quando participou da Quinta Conferência Geral do Episcopado Latino-americano e Caribenho em Aparecida do Norte. Antes esteve em São Paulo, onde se encontrou com o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, participou de encontros com jovens, visitou dependentes químicos e rezou a missa de canonização de Frei Galvão para mais de 1 milhão de fiéis no Campo de Marte.
Via/Preto No Branco.
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