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Após o atentado ao candidato à presidência dos Estados Unidos, Donald Trump, o dólar opera nesta segunda-feira (15) em alta no mundo todo. No Brasil, a divisa subia 0,48% em relação ao real, custando R$ 5,457 por volta das 14h50. Mas depois das quedas sofridas na semana passada, o real deixou de ser a quinta moeda mais desvalorizada do mundo para ocupar a sexta posição num ranking com 118 divisas. Confira a cotação em tempo real aqui.
Na Bolsa, que abriu em alta, o Ibovespa passou o patamar dos 129 mil pontos esta manhã. Por volta das 14h50, a alta era de 0,32%, indo a 129.312,76, reagindo à participação de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, no Clube Econômico de Washington, que aconteceu esta tarde.
Quais moedas estão perdendo mais valor?
Nigéria (naira) -45,3%
Egito (libra) -35,5%
Sudão do Sul (libra) -29,9%
Gana (cedi) -22,1%
Argentina (peso) -12,4%
Brasil (real) -11,3%
Turquia (lira) -10,6%
Japão (iene) -10,4%
Ucrânia (Hryvnia) -7,1%
Bangladesh (taca) -6,8%.
Fonte: Austin Rating - variação acumulada de 1 de janeiro a 15 de julho.
Por que o dólar está subindo?
No sábado (13), Trump foi atingido na orelha por um disparo feito por um atirador. Ele foi cercado por seguranças e retirado do palco do comício que realizava na cidade de Butler, no estado da Pensilvânia. Trump é o candidato republicano à Casa Branca.
O atentado dá margem considerável para vitória de Trump. Isso fortalece o dólar. Os investidores procuram mercados seguros e também criam a expectativa agora de uma política econômica de crescimento nos EUA, dizem analistas de mercado. "O Trump é mais pró corte de impostos", diz Marcos Moreira, sócio da WMS Capital.
E isso repercutiu nos ativos do mundo. "A gente teve o bitcoin subindo bem porque o Trump é um grande adepto das criptomoedas. A gente teve o dólar também subindo inicialmente muito no mundo, mas depois acabou caindo e agora está estável, mas com viés mais de queda", diz Rodrigo Cohen, analista de investimentos e co-fundador da Escola de Investimentos.
Na bolsa americana Nasdaq, as ações da empresa de mídia de Donald Trump saltaram. Os papeis da Trump Media & Technology Group Corp (DJT) chegaram a subir mais de 51% na abertura. Por volta das 14h, estavam com ganhos de 30%, indo a US$ 40,43.
Melhora no ranking
O Brasil deixou de ser a quinta moeda mais desvalorizada. A aprovação da reforma tributária na semana passada e o fim das provocações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Banco Central, o dólar caiu na semana passada. Também contribuíram os dados de inflação nos Estados Unidos, que apontam para uma possível redução dos juros por lá.
E a Bolsa?
Jerome Powell, presidente do BC americano, disse que a inflação está mais comportada. No primeiro trimestre, ela estava em alta. Mas no segundo trimestre, ela começou a melhorar, disse ele. Isso dá aos formuladores de políticas maior confiança de que a inflação está caminhando para a meta de 2% ao ano do Federal Reserve, abrindo possibilidade para cortes nas taxas de juros no curto prazo.
Os Estados Unidos, segundo ele, perderam boa parte de sua força de trabalho durante a pandemia de covid e isso também teve impacto na economia. E só agora começa a ser atenuado. Isso aqueceu o mercado de trabalho e fez as pessoas gastem mais, aumentando o custo de vida.
Ele não deu pistas sobre quando e se os juros americanos vão cair. "Na verdade, eu me orgulho de não vazar informações sobre isso. Ele também reiterou que vai depender dos dados de inflação para que os juros caiam.
Com esse discurso, as apostas para um início de corte de juros já em setembro ganhou mais força, na minha visão, mas também passou a precificar na curva de juros a possibilidade de 3 cortes de juros, de 0,25% cada, totalizando uma queda de 0,75% até o fim de 2024
Andre Fernandes, diretor de renda variável e sócio da A7 Capital
A Bolsa de Valores não vem sentindo tanto o impacto do atentado. Ela deve ficar mais atrelada, por exemplo, aos efeitos do Boletim Focus divulgado hoje. Os economistas consultados pelo Banco Central reduziram a projeção de inflação para 2024 pela primeira semana após nove altas consecutivas.
A previsão para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2024 caiu de 4,02% para 4%. Para 2025, a aposta foi elevada de 3,88% para 3,90%. Os palpites seguem acima do centro da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) de 3%, mas dentro do intervalo de 1,5 ponto percentual.
Os investidores também estão de olho nos pontos do Ibovespa. Há pouco, passou dos 129 mil pontos. Os investidores esperam que passe dos 129.500 pontos. "Se confirmado o rompimento, vemos espaço para novas altas que podem trazer o índice de volta ao topo histórico, nos 134 mil pontos, com a faixa de 131.700 (máxima de fevereiro)", publicou o Banco do Brasil.
Via / Uol.com.br
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