Imagem / Amanda Perobelli/Reuters.
A taxa de desemprego no Brasil caiu para 11,6% no trimestre encerrado em novembro, uma redução de 1,6 ponto percentual em relação ao trimestre anterior (12,1%). É a menor taxa de desemprego desde o trimestre encerrado em janeiro de 2020 (11,2%), mas a falta de trabalho ainda atinge 12,4 milhões de brasileiros. Os dados são da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), divulgada hoje.
No mesmo período, o rendimento real dos trabalhadores também caiu. A queda é de 4,5% frente ao trimestre anterior, para R$ 2.444. É o menor rendimento da série histórica do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) iniciada em 2012.
“Isso significa que, apesar de haver um aumento expressivo na ocupação, as pessoas que estão sendo inseridas no mercado de trabalho ganham menos. Além disso, há o efeito inflacionário, que influencia na queda do rendimento real recebido pelos trabalhadores”, afirma a Coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, Adriana Beringuy.
O crescimento do emprego no trimestre foi impulsionado pelo comércio e reflete o maior número de vagas abertas no fim de ano. Quando comparado a igual trimestre do ano passado, o desemprego recuou 14,5% (menos 2,1 milhões de pessoas em busca de trabalho).
Segundo o IBGE, faltam oportunidades de trabalho para cerca de 29,1 milhões de pessoas. Em comparação ao mesmo período do ano passado, houve uma melhora: em 2020, a população subutilizada era de 32,7 milhões.
População ocupada cresce
O número de pessoas ocupadas aumentou 3,5% na comparação com o trimestre encerrado em agosto de 2021. Isso significa mais 3,2 milhões de pessoas no mercado de trabalho.
"Esse resultado acompanha a trajetória de recuperação da ocupação que pudemos ver nos últimos trimestres da série histórica da pesquisa. Esse crescimento também já pode estar refletindo a sazonalidade dos meses do fim de ano", explicou a coordenadora do IBGE.
Segundo o IBGE, o nível de ocupação (percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar) foi estimado em 55,1%, um aumento de 1,7 ponto percentual frente ao trimestre anterior.
Alta é maior entre trabalhadores sem carteira assinada
Segundo o IBGE, houve um aumento de 7,4% no número de trabalhadores sem carteira assinada no setor privada (mais 838 mil pessoas). Em comparação ao mesmo período do ano passado, a alta é de 18,7%.
O número de trabalhadores por conta própria também cresceu: o aumento foi de 588 mil pessoas (2,3%) em relação ao último trimestre e de 3,2 milhões (14,3%) frente ao trimestre encerrado em novembro de 2020.
A taxa de informalidade foi de 40,6% e se manteve estável frente ao trimestre anterior, mas houve aumento no número de trabalhadores informais.
Do crescimento de 3,2 milhões de trabalhadores no número de pessoas ocupadas, 43% vieram do trabalho informal. Então, embora a informalidade continue se destacando na expansão da ocupação, a participação do trabalho formal no setor privado vem aumentando e contribuindo também para a recuperação da ocupação no país, analisa a Coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, Adriana Beringuy.
Já o número de trabalhadores com carteira de trabalho no setor privado cresceu 4% frente ao trimestre encerrado em agosto, o que representa 1,3 milhão de pessoas.
"No setor privado, os segmentos de comércio, indústria, saúde e educação e de tecnologia da informação e comunicação foram os que mais expandiram a sua ocupação com trabalhadores com carteira assinada", diz Beringuy.
Metodologia
A Pnad Contínua é o principal instrumento para monitoramento da força de trabalho no país. A amostra da pesquisa por trimestre no Brasil corresponde a 211 mil domicílios pesquisados. Cerca de 2.000 entrevistadores trabalham na pesquisa, em 26 estados e Distrito Federal.
Por causa da pandemia, o IBGE implementou a coleta de informações da pesquisa por telefone desde 17 de março de 2020.
Do UOL, em São Paulo
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