OESTE: Entidades alertam para possível caos no sistema de saúde com transição no Hospital Salete

Foto: Aílton Santos

A desocupação do imóvel e a transição gradual da estrutura do Hospital do Coração Nossa Senhora da Salete em Cascavel tem causado temor e provocado uma série de discussões sobre os atendimentos realizados em Cascavel e região.

Por determinação judicial em caráter cautelar, a atual administração, CMC (Clínica Médica Cascavel Eireli), terá de fazer a transição, do dia 1º a 30 de novembro deste ano com o novo locatório da estrutura física, a rede de Assistência à Saúde Metropolitana, com sede em Sarandi no noroeste do Paraná. 

As manifestações de preocupação e em tom de alerta têm vindo de entidades e instituições que chamam a atenção para o curto espaço para que todo o processo ocorra.

O Hospital do Coração tem cerca de 270 funcionários, além de médicos e prestadores de serviço para a realização de algo em torno de 600 atendimentos/procedimentos por dia pelo SUS, rede particular e pelo SAS, que é o plano de atendimento à saúde dos servidores públicos do Estado do Paraná.

Em um parecer, o Sindesauvel (Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Serviços de Saúde de Cascavel e Região) pontuou que “independentemente dos motivos que levam o poder judiciário a determinar que a CMC desocupasse o imóvel onde há anos realizava suas atividades, não há dúvidas por parte desta entidade sindical de primeiro grau, que a transição determinada pelo poder judiciário entre a CMC e o novo locatório no prazo de 30 dias é completamente impossível”.

Para a entidade, “os serviços prestados no imóvel são relacionados a atendimento de pacientes, cirurgias de alta complexidade, internamentos e etc, o que já torna qualquer tipo de mudança/transição algo totalmente complexo exigindo dos envolvidos, além de um planejamento perfeito, tempo hábil e suficiente para que a transição seja realizada sem causar qualquer tipo de prejuízo aos pacientes que no referido imóvel são atendidos, o que de fato não ocorrerá se o prazo de 30 dias for mantido”.

“Qualquer erro na transição poderá causar danos irreparáveis aos pacientes, assim como aos empregados que desempenham suas atividades”, reforça.

A entidade sindical chama a atenção no documento para possíveis substituições de profissionais que podem colocar em risco atividades e processos muito minuciosos.

O sindicato destaca ainda sobre o cronograma apresentado pelos proprietários do imóvel e o novo locatário, em ma audiência realizada no dia 14 de setembro. “Conclui-se que a transição planejada no curto prazo de 30 dias provavelmente inviabilizará boa parte das atividades, colocando em risco os pacientes e colaboradores”.

Por fim, o sindicato pede que o prazo estipulado seja ampliado para que os riscos sejam minimizados.

Comissão de Saúde não descarta demanda judicial

O vereador Edson Souza, presidente da Comissão de Saúde da Câmara Municipal de Vereadores, também se manifestou com muita preocupação sobre a transição (vídeo).

“Fui procurar informações para saber o que está acontecendo efetivamente e quais são as decisões tomadas, eu fiquei horrorizado com a situação. Peguei o que é o acordo jurídico, garanto que é impossível fazer a transição em 30 dias”, alertou.

“Estamos pedindo agora para os demais membros da Comissão de Saúde da Câmara de Vereadores, vamos convocar quem está envolvido com isso [para tratar do tema], Sarandi tem um sistema de saúde completamente diferente [do de Cascavel]. O centro da preocupação é o atendimento das pessoas, são cerca de 300 internamentos por mês, são 800 pessoas atendidas pelo SAS, isso vai gerar um caos no sistema de saúde de Cascavel e região, não podemos deixar isso acontecer“, defendeu.

“Se for necessário entrar na justiça, vamos entrar na justiça para garantir o atendimento às pessoas, existe um princípio que é muito maior que o do dinheiro (...) não podem por uma questão de dinheiro não resolver o problema da saúde ou criar um caos no sistema de saúde da região, isso nós não podemos deixar. O HU e as UPAs estão superlotados, um fechamento ou uma transição mal planejada ou mal organizada, vai oferecer risco à vida das pessoas”, completa o vereador.

Via / Portal 24h

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Edson da Cunha

Edson da Cunha

Bacharel em Direito pela UNIVEL - Universidade de Cascavel, radialista comunicador e apresentador na emissora de Rádio Viola 98,1FM de Guaraniaçu.