Foto / Geraldo Bubniak/AEN
Mais de cem mil pessoas serão beneficiadas pela energia elétrica produzida pela Pequena Central Hidrelétrica Bela Vista, inaugurada nesta sexta-feira (1º) com dois anos de antecedência em relação ao prazo previsto. O empreendimento está instalado no Rio Chopim, no Sudoeste paranaense, entre os municípios de Verê e São João.
O investimento total na obra foi de R$ 224 milhões por parte da Copel. A usina é composta por três unidades geradoras na casa de força principal e mais uma, menor, na casa de força complementar. Juntas, elas somam uma potência de 29,81 megawatts (MW).
O governador Carlos Massa Ratinho Junior ressaltou a importância da obra para a economia do Sudoeste, que se torna um grande polo gerador de energia para o Paraná e o Brasil. “Essa inauguração ajuda o Paraná a se consolidar como um grande produtor de energia limpa no Brasil. Essa obra faz parte de um grande projeto que é dar velocidade à construção de pequenas centrais hidrelétricas”, afirmou, por vídeo. Ele não compareceu ao evento devido às condições climáticas na região.
“Somos um dos estados que mais têm potencial nessa área. Em dois anos e meio, demos a autorização para a construção de 80 PCHs. Isso porque, primeiro, essa é uma energia limpa, renovável, de baixo impacto ambiental; e segundo, porque é uma tecnologia brasileira, usando equipamentos paranaenses”, acrescentou.
As obras da PCH Bela Vista foram iniciadas em junho de 2019. Um ano depois já se realizava o desvio do rio Chopim para a conclusão da barragem. Com o avanço da construção, as três unidades geradoras principais foram inauguradas ao longo de 2021, finalizando a obra: a primeira em 12 de junho, a segunda em 10 de julho e a terceira, em 15 de agosto.
“A Copel é uma das mais importantes empresas de energia do nosso País, e o Paraná tem se destacado não só na geração de energia, mas na sua transmissão e distribuição. Esse empreendimento contribui para assegurar a segurança energética do nosso país e para o desenvolvimento socioeconômico local”, afirmou o ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque, também por vídeo.
“Esse é um grande empreendimento da Copel, marcando uma nova fase da nossa empresa na fronteira do desenvolvimento do setor elétrico”, pontuou Daniel Pimentel Slaviero, diretor-presidente da Copel.
O empreendimento gerou cerca de 450 empregos em todas as frentes de trabalho no período. O prefeito de Verê, Ademilso Rosin, ressaltou que a obra ajudou na economia do município durante o período da pandemia, e que seus benefícios serão permanentes.
“Percebemos um aumento no fluxo do comércio com as pessoas que transitaram por aqui durante a construção da PCH. Hoje, encerrando essa etapa, teremos o ganho de toda essa obra. Além de auxiliar a região na geração de energia para milhares de pessoas, ela vai ajudar o município de Verê pela contribuição de ICMS”, afirmou Rosin. Durante a construção da PCH, mais de R$ 6 milhões foram arrecadados pela prefeitura em ISS.
FUNCIONAMENTO DA PCH – A usina aproveita uma curva fechada natural existente no curso do rio Chopim para a criação do reservatório, formado com o represamento das águas por uma barragem em forma de arco. Ela foi construída em concreto compactado com rolo (CCR) e soleira vertente livre, com comprimento de 392,78 metros.
O reservatório desvia o fluxo do rio entre Verê e São João e, depois da geração de energia, devolve a ele o volume de águas. O percurso em linha reta tem aproximadamente um quilômetro de extensão.
Após o reservatório há uma queda de 15,5 metros. Ali é instalada a casa de força principal da PCH, composta por três turbinas SEMI tipo Kaplan “S” jusante de eixo horizontal, cada uma com engolimento nominal de 73,55 m³/s, potência unitária de 9,67 MW e três geradores WEG com potência nominal de 10,74 MVA. Com as três turbinas operando na capacidade máxima, a potência nominal total é de 29,322 MW, “engolindo” 200 metros cúbicos de água por segundo.
Além disso, outra turbina de menor porte foi instalada na casa de força complementar, que fica junto à barragem. Ela gera energia aproveitando a vazão mínima de água do rio que não pode ser represada, escoando de forma permanente no trecho abaixo do barramento. A vazão de 7,11 m³/s gera, assim, uma potência nominal de 0,48 MW, produzindo mais energia ao mesmo tempo em que mantém a condição ambiental adequada do rio.
Após a geração, a energia passa por uma subestação elevadora (13,8 kV – 138 kV) e uma linha de distribuição de alta tensão (138 kV) em circuito simples, com 18,4 quilômetros de extensão, que se conecta à subestação da Copel em Dois Vizinhos (138 kV).
“De lá ela é distribuída para o setor elétrico brasileiro, entrando no sistema geral. É como se ela caísse em uma grande caixa que recebe energia de várias fontes, que se acumula e distribui conforme a demanda do setor elétrico”, explica o diretor técnico da PCH, Roberto Seara.
“Essa é uma obra de engenharia maravilhosa, que coloca a Copel em destaque - um braço importante do sistema nacional de geração e distribuição de energia”, reforçou Guto Silva, chefe da Casa Civil, também por vídeo.
O reservatório desvia o fluxo do rio entre Verê e São João e, depois da geração de energia, devolve a ele o volume de águas. Foto: Geraldo Bubniak/AEN
Via / Agência Estadual de Notícias
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