Imagem / Ilustrativa.
O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central decidiu hoje, por unanimidade, subir a taxa básica de juros da economia (Selic) em 1,5 ponto percentual, de 6,25% ao ano para 7,75% — o maior patamar desde setembro de 2017, quando estava em 8,5% ao ano.
Este é o maior aumento em uma única reunião desde dezembro de 2002, quando o comitê elevou a Selic em três pontos percentuais. Na decisão, o Copom cita indicadores da economia brasileira que mostram evolução "abaixo da esperada" e a inflação para o consumidor.
O IPCA, a inflação oficial no país, acumula 10,25% em 12 meses, até setembro. Está muito acima da meta do BC, de 3,75%, com uma tolerância de 1,5 ponto percentual para cima e para baixo — ou seja, com variação possível entre 2,25% e 5,25%.
No comunicado, o comitê diz ainda que prevê um ajuste igual na próxima reunião, que acontecerá em 8 de dezembro. Caso isso se concretize, os juros irão a 9,25%, mesmo nível de julho de 2017.
Na decisão, o comitê diz que recentes questionamentos em relação à política fiscal do país elevaram o risco de descumprimento das metas da inflação. Na semana passada, o governo anunciou a intenção de furar o teto de gastos para bancar o Auxílio Brasil, programa social que substituirá o Bolsa Família.
Foi a sexta reunião consecutiva em que o BC decidiu pela alta na taxa. A medida já era esperada por analistas, que preveem que o índice chegue aos dois dígitos no próximo ano.
Selic nas dez últimas reuniões:
27 de outubro de 2021: 7,75% ao ano
22 de setembro de 2021: 6,25% ao ano
4 de agosto de 2021: 5,25% ao ano
16 de junho de 2021: 4,25% ao ano
5 de maio de 2021: 3,5% ao ano
17 de março de 2021: 2,75% ao ano
20 de janeiro de 2021: 2% ao ano
9 de dezembro de 2020: 2% ao ano
28 de outubro de 2020: 2% ao ano
16 de setembro de 2020: 2% ao ano.
Juros x inflação
Os juros são usados pelo BC como uma ferramenta para tentar controlar a inflação ou tentar estimular a economia. De modo geral, quando a inflação está alta, o BC sobe os juros para reduzir o consumo e forçar os preços a cair. Quando a inflação está baixa, o BC derruba os juros para estimular o consumo.
A meta de 2021 é que a inflação seja de 3,75%, mas há uma tolerância de 1,5 ponto percentual para cima e para baixo — ou seja: pode variar entre 2,25% e 5,25%. No ano passado, a inflação fechou em 4,52%, a maior desde 2016 (6,29%) e acima do centro da meta do governo para 2020 (4%).
Consumidor paga mais...
A Selic é a taxa básica da economia e serve de referência para outras taxas de juros (financiamentos) e para remunerar investimentos por ela corrigidos. Ela não representa exatamente os juros cobrados dos consumidores, que são muito mais altos.
O Copom se reúne a cada 45 dias. No primeiro dia do encontro — ontem —, são feitas apresentações técnicas sobre a evolução e as perspectivas das economias brasileira e mundial e o comportamento do mercado financeiro. No segundo dia, os membros do comitê, formado pela diretoria do BC, analisam as possibilidades e definem a Selic.
Via / Agência Brasil
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